Moçambique: Diocese de Pemba assinala seis anos de violência terrorista em Cabo Delgado e denuncia novos ataques na região

Missionário saletino apela à «oração pela paz» na região

Foto: AIS

Lisboa, 06 out 2023 (Ecclesia) – A Diocese de Pemba, na província de Cabo Delgado, norte Moçambique, assinalou esta quinta-feira seis anos de violência terrorista que se estendem até ao presente, denunciando “novos ataques”.

“Assim tem sido a vida de milhares de deslocados espalhados por todos os lados, pessoas com vidas despedaçadas que dependem da solidariedade e da ação humanitária”, lamentou o padre Edgard Silva, missionário saletino presente há vários anos na região, à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Numa nota enviada à Agência Ecclesia, a fundação pontifícia faz um balanço destes “seis anos de guerra” em que ocorreram “assassinatos brutais, raptos, destruição de casas e machambas, gente espalhada por muitos sítios”.

Segundo o missionário, desde que teve lugar o primeiro ataque terrorista, este período tem sido um “tempo de exílio” em que o olhar das populações “é de tristeza”, apelando assim à “oração pela paz em Cabo Delgado”.

Para o religioso, esta mensagem é um grito de alerta para que o mundo não ignore o que continua a acontecer no país africano de língua oficial portuguesa.

A AIS explica que o Daesh, grupo jihadista Estado Islâmico, tem reivindicado atos de violência terrorista em Moçambique.

Segundo a agência de notícias Lusa, ainda esta semana o Daesh assumiu a autoria de “um ataque em Mocímboa da Praia, com três engenhos explosivos, contra as forças armadas de Moçambique e dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”.

A 15 de setembro, a Fundação AIS deu também conta de um dos mais violentos ataques terroristas em Cabo Delgado, tendo um grupo de cristãos sido alvo de violência.

Pelo menos 11 cristãos, separados previamente do resto da população muçulmana, foram assassinados por um grupo de terroristas, na aldeia de Naquitengue, no distrito de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, tendo o ataque sido reivindicado pelo Daesh.

Em consequência desta investida, frei Boaventura, um missionário do Instituto da Fraternidade dos Pobres de Jesus, deu conta, na altura, dos contornos extremamente violentos do ataque, adiantando que os terroristas já tinham realizado agressões em que “separaram os cristãos dos muçulmanos”.

“Infelizmente, quando ocorre este tipo de situações, a população fica toda assustada”, referiu.

LJ/OC

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