Bispos pediram participação dos cidadãos e «transparência» no processo eleitoral
Lisboa, 09 out 2024 (Ecclesia) – O Papa enviou uma bênção a todos os moçambicanos antes das eleições gerais desta quarta-feira, num vídeo divulgado pela Conferência Episcopal do país.
“A todos vós envio as minhas saudações e a minha bênção. E, por favor, rezem por mim. Que o Senhor vos abençoe”, disse Francisco, no Auditório Paulo VI, onde decorre a segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo.
Os eleitores moçambicanos vão escolher um novo residente da República, o parlamento e os governadores provinciais.
Em abril, a Conferência Episcopal Moçambicana (CEM) publicou uma nota pastoral sobre o processo de recenseamento eleitoral e as eleições gerais de outubro deste ano, apelando à “transparência” e ao compromisso dos cidadãos.
“A luz do que se tem vivido nos processos passados, urge continuar a cultivar a transparência, a tolerância, o respeito, a abertura ao diferente e, sobretudo, o amor à paz. à fraternidade, à verdade e ao compromisso com o bem comum de todos os moçambicanos”, indica o documento.
Os bispos católicos pedem que todos os cidadãos se unam “por um país mais fraterno e democrático”, a caminho das sétimas eleições gerais moçambicanas, evocando as “várias lições aprendidas com os diferentes pleitos eleitorais já realizados”.
Segundo os responsáveis, as “continuas contestações e manifestações de repúdio dos resultados” mostram que é necessário trabalhar em favor de uma “cultura da transparência” e da “adesão consciente ao processo democrático”.
“O eleitorado deve preparar-se o melhor possível para uma participação massiva, consciente e responsável em todo o processo, desde o recenseamento à campanha eleitoral, a própria votação em outubro de 2024 e à proclamação dos resultados”, indica a CEM.
Todos os atores são convidados a manter uma postura neutra, imparcial e inclusiva para que contribuam para a integridade e a transparência do processo eleitoral. Deste modo. ajudarão a garantir que os resultados reflitam verdadeiramente a vontade do povo”.
Os responsáveis católicos dirigem-se aos órgãos eleitorais, a quem compete “devolver a confiança aos eleitores”, e aos partidos políticos, pedindo que “escutem e acatem a vontade dos eleitores”.
A nota pastoral deixa ainda pedidos à sociedade civil, aos observadores eleitorais e aos meios de comunicação social, em favor “da democracia e da paz”.
OC