Moçambique: Bispo português de Tete afirma que «situação é preocupante», face a novos ataques armados

Igreja recomendou aos missionários nas «zonas mais expostas a ataques» que procurem «lugares mais seguros»

Foto: AIS

Tete, Moçambique, 15 jun 2022 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Tete, em Moçambique, alertou que a “situação é preocupante” na região norte do país lusófono, com o regresso dos ataques de grupos armados, “depois de um tempo de acalmia”.

“Esperemos que não seja nada de grave, para que o clima de medo não se instale novamente entre a população”, disse D. Diamantino Antunes ao secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), segundo informação enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O missionário português, religioso do Instituto Missionário da Consolata, deu conta do aumento de notícias sobre novos ataques de grupos armados no norte de Moçambique, na província de Cabo Delgado, especialmente no distrito de Ancuabe, com “diversos mortos, inclusivamente pessoas decapitadas”.

A 6 de junho, o presidente de Moçambique confirmou que homens armados tinham atacado “a aldeia de Nanduli, no distrito de Ancuabe”, referindo que a situação estaria sob controlo “não obstante os atos de terrorismo que ainda prevalecem”.

A fundação pontifícia AIS acrescenta que estes ataques geraram uma nova onda de deslocados, cerca de 2500 pessoas, segundo dados das autoridades moçambicanas.

Foto: AIS

Segundo a Ajuda à Igreja que Sofre, D. António Juliasse, bispo de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, recomendou a missionários nas localidades de Metoro, Mecufi e Mazeze – entre oito a dez religiosos – que procurassem “lugares mais seguros”.

No início do mês de fevereiro, a organização internacional alertava para uma situação de “tensão muito forte” na vila de Macomia, também nesta província no norte de Moçambique, através do relato de uma religiosa que revelava ataques a “muitas aldeias” e “o rapto sistemático de pessoas, principalmente mulheres e mães”.

Os ataques armados no norte do país lusófono começaram em outubro de 2017, provocando a morte mais de três mil pessoas e cerca de 800 mil deslocados internos.

A Fundação AIS tem apoiado Moçambique através de projetos de assistência pastoral e apoio psicossocial, de materiais para a construção de casas, centros comunitários e aquisição de veículos para os missionários.

CB/OC

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