Moçambique: Bispo missionário quer «recuperar» tempo, após pandemia, com visitas às famílias

D. Diamantino Antunes, Missionário da Consolata, mostra-se atento ao diálogo ecuménico e preocupado com a juventude moçambicana

Lisboa, 23 out 2021 (Ecclesia) – D. Diamantino Antunes, missionário da Consolata e bispo de Tete (Moçambique) desde 2019, disse à Agência ECCLESIA que “quer recuperar o tempo” em que não podia fazer celebrações comunitárias, devido à pandemia, e aposta na visita às famílias.

“A minha missão de pastor é animar a pastoral local neste grande diocese e responder aos desafios novos que a realidade moçambicana nos coloca; como bispo tenho o dever de testemunhar, animar e estar presente, apesar destes dois últimos anos terem sido difíceis, devido às igrejas fechadas, tenho marcado presença, e agora com a reabertura ando em ritmo acelerado para recuperar tempo”, referiu o missionário português à Agência ECCLESIA.

D. Diamantino Antunes explica que as “pessoas são muito abertas do ponto de vista ecuménico” e a ver “o bispo a chegar a casa das pessoas é algo que nunca tinham visto”.

“Existe um ecumenismo prático e pluralismo religioso muito intenso o que leva ao respeito e tolerância muito grandes, eu não vou para fazer proselitismo mas para pôr em prática o diálogo que deve existir nas diversas igrejas”, afirma.

Foto: Diocese de Tete

Um dos projetos que o bispo missionário tem acompanhado é a “Fazenda da Esperança”, para “dar oportunidade de recuperação aos jovens vítimas de álcool e drogas”.

“Na minha vida missionária sempre me preocupei com os jovens, são o presente e o futuro deste país, mais de metade da população tem menos de 18 anos”, precisa.

O entrevistado explica que o governo moçambicano tem apostado na formação dos jovens mas que há outras áreas em que é “carente” e o fenómeno do toxicodependência e alcoolismo “é uma realidade muito espalhada e maior do que parece”.

“Não há estruturas de recuperação onde os jovens se possam libertar e são um peso muito grande para as famílias, muitas vezes desesperadas”, indica.

O projeto “foi bem acolhido junto da população e das instituições de saúde, acolhe jovens de todo o país” e há a previsão de abrir outra unidade terapêutica para raparigas, em 2022”.

A entrevista ao bispo de Tete é um dos destaques da emissão de domingo do Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública (06h00), assinalando o Dia Mundial das Missões.

SN

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