Mobilizar os jovens portugueses para a JMJ 2011

Peregrinação da Cruz das Jornadas por Portugal é entendida pelos responsáveis nacionais como o arranque da preparação para o encontro mundial de Madrid, no próximo ano

Entre os dias 8 e 20 de Agosto passa pelas dioceses de Portugal a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). O símbolo cristão por excelência convoca os jovens portugueses para a próxima JMJ, que se realiza em Madrid, em Agosto de 2011.

Portugal participará activamente nesse encontro, como também na preparação já em curso, com um conjunto de iniciativas coordenadas pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, e que são agora apresentadas pelo seu director nacional, o padre Pablo Lima.

 

ECCLESIA – A poucos dias da chegada da Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, que simbolismo é que tem este projecto da peregrinação da Cruz das Jornadas pelas dioceses de Portugal?

P. Pablo Lima (PL) – A visita da Cruz das Jornadas, além de polarizar os jovens em ordem às Jornadas que teremos em Madrid no próximo ano, em Agosto, serve também para convidar à oração e a um reencontro com a fé e com o Senhor Jesus.

A cruz é o símbolo cristão por excelência e foi nesse contexto que João Paulo II quis entregar aos jovens, no encerramento do Jubileu da Redenção, em 1983, a Cruz das Jornadas, ou que depois veio a converter-se na Cruz das Jornadas Mundiais. Inicialmente, esta cruz esteve todo o ano do Jubileu da Redenção na Praça de São Pedro, e no termo desse ano, em que João Paulo II a entregou aos jovens, particularmente aos jovens do Centro de São Lourenço, que fica muito próximo da Praça de São Pedro e que é um centro internacional, dedicado aos jovens, por ele mesmo fundado, por João Paulo II.

A partir daí, esta cruz começou a peregrinar por todos os países da Europa, tornou-se um símbolo muito forte, sobretudo quando visitou os países para lá da “cortina de ferro”. A visita que fez à então Checoslováquia, com o cardeal Tomasek, foi um dos grandes momentos que fizeram crescer, em simbolismo, esta cruz como um sinal de comunhão com o Santo Padre e, ao mesmo tempo, como um conforto para os cristãos, e muito particularmente, elevada pelos jovens.

 

ECCLESIA – E desde a década de 80, tem vindo a percorrer todo o mundo?

PL – Sim, e normalmente acaba por percorrer os continentes onde se realiza a Jornada Mundial. Nos anos antecedentes, visita os países vizinhos da Jornada Mundial seguinte, e é por isso que está no próximo domingo iremos acolhê-la, depois de ter terminado a primeira fase, iremos a Santiago de Compostela receber a cruz das mãos dos jovens espanhóis. Porque a primeira etapa da peregrinação da cruz pela Espanha termina com a Peregrinação Europeia de Jovens, entre 6 e 8 de Agosto.

Ela estará connosco entre os dias 8 e 20 de Agosto e daqui para a frente irá para Lourdes. Estará no santuário perto de uma semana, e depois regressará novamente a Espanha, para continuar uma segunda etapa de peregrinação pelas dioceses espanholas.

 

ECCLESIA – Em Portugal, ela vai percorrer a maioria das dioceses?

PL – Sim, como da primeira vez que esteve, em 2003, em que visitou Portugal a partir do Norte, este ano irá acontecer a mesma coisa. Irá visitar quase todas as dioceses, a partir das dioceses do Norte, Viana do Castelo, Braga, Vila Real, e desce o Continente.

Felizmente, e é a primeira vez que acontece, irá também visitar a diocese dos Açores. Aliás, esta diocese tem um programa bastante interessante, de visita a mais do que uma das ilhas do arquipélago, de visita a alguns locais particulares, não só de vida de fé mas também das situações de sofrimento, particularmente a visita que está programada a um hospital. Creio que será, novamente, um grande acontecimento para os jovens e para a Pastoral Juvenil em Portugal.

 

ECCLESIA – Nas poucas horas que este símbolo cristão está nas várias dioceses, que iniciativas é que serão desenvolvidas? Normalmente é em ambiente de oração que acolhem a cruz?

PL –  Há as mais diversas iniciativas, mas o momento central é sempre a vigília de oração, em quase todas elas presididas pelo bispo diocesano, na qual os jovens reflectem, rezam à volta da cruz e depois entregam-na aos jovens da diocese seguinte.

Durante o dia em que a cruz permanece nas dioceses, há as mais diversas iniciativas, desde visitas de grupos de jovens, grupos da catequese, dos vários movimentos. Falei há pouco de visitas a locais que não são propriamente eclesiais, e que irão permitir que uma grande parte das pessoas, das dioceses onde a cruz está, possam contactar com ela e com o ícone de Maria, Salvação do Povo Romano, assim chamado, que o Papa João Paulo II também ofereceu aos jovens no ano 2000.

 

[[v,d,1377,]]ECCLESIA – A presença da cruz é sempre, também, o convocar dos jovens para o próximo ano, em Madrid?

PL – Exacto, por isso é que a cruz passou a ter essa segunda caracterização, de ser a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude. Ocorre como uma visita-convite aos jovens, para reencontrarem novamente a cruz, no próximo ano, em Madrid.

 

ECCLESIA – Recordando o que foi a visita da cruz em 2003, prevê um forte envolvimento dos jovens nesta iniciativa?

PL – Certamente, e eu creio que será uma surpresa muito agradável, como foi para nós em 2003. Não pensávamos que a cruz pudesse ter uma força polarizadora como tem, o que nos surpreendeu porque, naquela altura, a cruz iniciou a peregrinação não num domingo ou num sábado, mas numa quinta-feira. Era dia laboral e escolar, não pensávamos que fosse muito fácil que as pessoas participassem nas celebrações, até porque eram de noite e as nossas expectativas foram completamente superadas.

Desde o primeiro dia até ao último, milhares de pessoas participaram nas celebrações, tiveram junto da cruz, rezaram, deixaram testemunhos, livros de lembranças que em cada diocese foram constituídos. Foi quase que uma corrente que acompanhou a cruz pelo país e certamente desta vez irá acontecer a mesma coisa, será uma agradável surpresa, a capacidade de atracção que tem a cruz, no sentido mais extenso da palavra e, particularmente, a cruz das Jornadas Mundiais.

 

ECCLESIA – Até porque, visivelmente, tem dimensões bastante grandes…

PL – Curiosamente, quando veio em 2003 foi muito difícil transportar a cruz porque a trave vertical tem quase 4 metros. E portanto, não era muito fácil arranjar uma carrinha, que qualquer pessoa pudesse conduzir, para transportar a cruz. Desta vez, o comité organizador das Jornadas arranjou uma carrinha, que está disponível, e que irá facilitar imenso o transporte da cruz.

De facto, até pelas dimensões, ela é um sinal muito expressivo e direi que, provavelmente um dos momentos mais eloquentes é quando ela é carregada pelos jovens, como os braços, e é entregue aos jovens da diocese seguinte.

 

ECCLESIA – Um símbolo, uma cruz que, de facto convoca para esse encontro mundial, em Agosto de 2011, onde estará o Papa, onde estarão jovens de todo o mundo. Que participação se prevê de Portugal?

PL – Estamos com a expectativa de uma participação muito elevada, que poderá rondar os 15 mil jovens portugueses. Entre aqueles que participam a partir das dioceses e dos secretariados diocesanos e aqueles que participam pelos movimentos, pelas congregações e obras de apostolado, que trabalham no âmbito da Pastoral Juvenil.

Sentimos que o facto de ser uma jornada mundial que é geograficamente tão próxima, é uma oportunidade a não desperdiçar. E nisso, não apenas o departamento, mas sobretudo as dioceses e movimentos estão, desde já, a fazer um belíssimo trabalho na sensibilização, na publicidade do evento que, aliás, é sempre uma ocasião para rejuvenescer a Pastoral Juvenil nas dioceses.

Vários dos responsáveis diocesanos da Pastoral Juvenil, e os animadores, têm na Jornada Mundial uma experiência que os marca e que os lança para, depois, se dedicarem à evangelização de outros jovens.

 

ECCLESIA – Não vai ser uma experiência daqueles dias, momentânea, nomeadamente nas consequências que tem, depois, na Pastoral Juvenil das respectivas dioceses e paróquias?

PL – Isso é também um risco, mas eu direi que a Jornada Mundial tem a capacidade de fazer uma experiência do essencial da fé. Uma experiência de Igreja, de comunhão, de escuta da palavra e de partilha com os outros, de participação na vida sacramental.

E nesse sentido, esta jornada permite um renascer para alguns jovens que se encontram afastados, que porventura, de alguma forma, cortaram o cordão umbilical com a vida eclesial, com a vida cristã. Mas, é claro, depois há uma responsabilidade muito grande das comunidades paroquiais, das dioceses e dos movimentos, no sentido de que essa semente que é colocada nas Jornadas Mundiais possa ser acompanhada.

 

ECCLESIA – Durante os dias dessas jornadas, entre 16 e 21 de Agosto de 2011, há momentos específicos para o grupo dos portugueses que estarão presentes?

PL – Sim. Essencialmente, o programa das Jornadas, durante a parte da manhã, inclui sempre uma catequese e a celebração da Eucaristia, presidida por um bispo. Depois, durante a tarde, realiza-se o chamado Festival da Juventude, que tem uma panóplia de iniciativas, artísticas, culturais e litúrgicas, para os jovens poderem integrar-se. E é nesse contexto, do Festival da Juventude, que os jovens portugueses terão a oportunidade de um encontro com os seus bispos diocesanos.

De facto, na última reunião ordinária da Conferência Episcopal, os bispos, na sua quase totalidade, manifestaram um grande interesse em participar nas Jornadas Mundiais. E, nesse sentido, de alguma forma encarregaram o departamento nacional em organizar um grande encontro para todos os jovens portugueses que estejam em Madrid.

 

ECCLESIA – Que sinal é esse, manifestado pelo episcopado, de querer estar em Madrid?

PL – Creio que é um sinal muito positivo, de uma atenção renovada aos jovens. Porventura, será também uma chamada de atenção, da própria juventude, em relação aos seus pastores e dos pastores em relação à juventude, de que é necessário uma relação mais próxima. E eu creio que será extraordinário por isto, porque porventura irá retirar aqueles preconceitos associados à Jornada Mundial. Não há nada como participar nela e não há nada como participarem os pastores com os jovens, em conjunto, nas Jornadas Mundiais da Juventude.

 

ECCLESIA – Poderá ser o passo decisivo para a hora do investimento na Pastoral Juvenil, que o padre Pablo Lima falava no último Conselho Nacional?

PL – Queira Deus que sim! E na experiência de outras dioceses, inclusive de outros países, as Jornadas Mundiais têm sido ocasião para renovar a Pastoral Juvenil. Sentimos que, em Portugal, atravessa um momento que não deve ser desperdiçado nem descuidado.

 

ECCLESIA – Esta foi também uma afirmação recordada pelo padre Pablo no último Conselho Nacional, citando o Patriarca de Lisboa numa conferência de imprensa em que ele afirmava que “ler os sinais dos tempos é aceitar o desafio de rever profundamente a nossa Pastoral Juvenil”. Ela estará desajustada às perguntas que os jovens fazem?

PL – Creio que desajustada não está. Sinto é que ela não está a corresponder minimamente em termos de expansão, de proposta de alcance dos jovens. E por isso eu dizia no Conselho Nacional que esta é a hora do investimento. Quer dizer que é necessário que as igrejas locais, que as igrejas particulares, dediquem mais tempo, mais pessoas, mais recursos à Pastoral Juvenil.

 

ECCLESIA – Falava o padre Pablo do investimento em termos humanos, logísticos e económicos…

PL – Exactamente. Em primeiro lugar, em termos humanos, com recursos humanos. Porque não é possível realizar uma Pastoral Juvenil se não há animadores, se não há pastores disponíveis para estar com os jovens.

Aquilo que sentimos e que vemos é que uma grande parte dos responsáveis diocesanos e dos movimentos estão sobrecarregados de trabalho. Não é possível realizar um trabalho primoroso, em termos de Pastoral Juvenil – que é sobretudo uma pastoral de presença e de proximidade – se não há tempo para dar.

Em segundo lugar, são necessários esses recursos logísticos e económicos, no sentido de facilitar tudo aquilo que é preciso para que a Pastoral Juvenil se possa desenvolver em cada igreja local. Porque a Pastoral Juvenil não pode partir de um projecto nacional, até porque não existe uma igreja nacional, existem as igrejas locais e o Departamento Nacional serve as dioceses. É necessário que, em cada diocese, haja ainda uma maior disponibilidade para que o Departamento possa ser-lhes útil e para que se realize de facto ai um trabalho directo com os jovens.

 

ECCLESIA – Mas não é preciso um itinerário nacional, pelo menos, que sirva de referência?

PL – Sem dúvida.

 

ECCLESIA – E esse não existe…

PL – Para já, não existe. Aliás, a proposta de formação, o itinerário de formação em direcção às Jornadas, que pretendemos apresentar publicamente em Setembro, para o início do ano pastoral, é já uma tentativa, ainda que muito incipiente, de sensibilizar para a necessidade de um itinerário de formação. Porque sentimos que, de facto, a proposta da igreja após o 10.º ano de catequese é muito pobre.

Não há uma proposta das comunidades paroquiais que seja tão abrangente quanto aquilo que a catequese é, para a adolescência e infância. E, portanto, ali há um trabalho a fazer, nesse âmbito da formação e depois há todo um trabalho a fazer, no reanimar das comunidades paroquiais, na relação com os jovens, e isso é transversal a todas as áreas da Pastoral.

 

ECCLESIA – No caso da Pastoral Juvenil, existe sintonia entre o que são as propostas da Igreja Católica e as questões colocadas pelos jovens, com esta cultura juvenil da actualidade?

PL – Creio que aqui há uma relação que é paralela. Sinto que a Igreja procura dar uma resposta às inquietações que os jovens colocam, mas porque não estão a ser colocados recursos suficientes, sobretudo em termos humanos, não está a conseguir responder tanto quanto deve, e pode, às dificuldades que os jovens sentem hoje em dia.

 

ECCLESIA – É uma questão só de recursos?

PL – Não, é uma questão bem mais profunda.

 

ECCLESIA – De linguagens, de conteúdos, de mensagens?

PL – Sim. E nesse sentido falar no investimento na Pastoral Juvenil significa também uma certa conversão da Igreja ao mundo juvenil.

 

ECCLESIA – O que é que significa a Igreja não estar convertida ao mundo juvenil?

PL – É não ter a Pastoral e os jovens, em primeiro lugar, como interlocutores privilegiados. E é relativamente fácil ver isso. Quando olhamos para as comunidades paroquiais ou para as comunidades diocesanas e não vemos os jovens como interlocutores, inclusive, em determinadas circunstâncias em que o povo de Deus é chamado a dar a sua opinião.

 

ECCLESIA – Os jovens não estão presentes, nessas ocasiões…

PL – Inclusive em estruturas como os Conselhos Pastorais, onde é muito raro ver a presença dos jovens. E noutros tipos de organismos e de espaços em que é necessário um diálogo com os jovens. Eles não são apenas destinatários da Pastoral da Igreja.

João Paulo II dizia muito claramente que eles são também agentes evangelizadores dos outros jovens. Mas é necessário que haja, de facto, um diálogo ou uma presença da Igreja junto dos jovens e dos jovens na própria Igreja.

Nesse sentido, é necessária uma conversão, de estruturas, de linguagens e, sobretudo, uma conversão da atenção do coração. É necessário que a Igreja sinta que os jovens são, até pela situação social em que vivemos, aqueles que devemos privilegiar, porventura até porque a estrutura para a infância e para a adolescência está garantida pela catequese. Mas enfim, até os próprios bispos, num documento a repensar a Pastoral da Igreja em Portugal, dizem que sim, que a catequese, no termo do seu itinerário, não formou uma consciência cristã suficiente.

 

ECCLESIA – No contexto desse projecto, a Pastoral Juvenil foi convocada para pensar a Igreja em Portugal?

PL – Formalmente não… Mas o documento é dirigido a todos os agentes da Pastoral da Igreja em Portugal. Por isso também estamos convocados a essa reflexão. Inclusive, pensamos que o próximo Conselho Nacional venha a ser para recolher os contributos das dioceses e movimentos no âmbito da reflexão que os bispos sugeriram para toda a igreja em Portugal fazer.

 

ECCLESIA –Outro tipo de projectos são aqueles que acontecem, por exemplo, com o Festival Jota que terminou há dias, com o «Fátima Jovem», no primeiro domingo de Maio, em cada ano. Não sei se outras iniciativas, de âmbito nacional, existem na Pastoral Juvenil, para além dessas duas…

PL – Em breve, o Festival Nacional da Canção Jovem, que decorre a 4 e 5 de Dezembro em Fátima. Sim, há outras iniciativas, de âmbito nacional, que o Departamento propõe, junto com as dioceses e os movimentos. Já quanto a este tipo de actividades, de iniciativas de maior alcance em termos numéricos e logísticos – que algumas pessoas desvalorizam, dizendo que elas acabam por não ter o fruto pastoral, a não ser o próprio acontecimento em si – eu direi que estas actividades, utilizando uma metáfora do responsável da Pastoral Juvenil da Itália, que esteve connosco neste último Conselho Nacional, têm a função que o domingo e as solenidades têm para os dias da semana e para o Ano Litúrgico. Seria entediante que vivêssemos todos os dias em celebração de Páscoa ou de Natal. Seria insuportável para a vida da fé viver todas as semanas sem ter domingo. E celebramos anualmente a Páscoa do Senhor e o Natal.

Estes grandes momentos do Ano Litúrgico encontram, digamos, algum paralelismo, em termos de Pastoral Juvenil, nestes grandes acontecimentos como Fátima Jovem, como o Festival Jota, como o Festival Nacional da Canção e, na forma mais expressiva a nível mundial, nas Jornadas.

 

ECCLESIA – As dioceses em Portugal vão se envolvendo nesses projectos nacionais?

PL – Sim. Porventura, uma ou outra diocese poderá estar ainda mais lenta neste processo. Talvez porque – e isso seria também uma forma de investimento em termos humanos – as nomeações para a Pastoral Juvenil, sobretudo nas dioceses, são nomeações muito limitadas.

 

ECCLESIA – Uma acumulação de serviços…

PL –  Sim. Muitas vezes parece não se ter ideias muito claras sobre o que é que se pede aos responsáveis diocesanos para a Pastoral Juvenil, nas próprias dioceses.

 

ECCLESIA – E aí não deveriam estar mais envolvidos os próprios jovens, nesses lugares de responsabilidade?

PL – Sem dúvida.

 

ECCLESIA – Porque não estão…

PL – Não estão. Porque precisamente porque a Pastoral Juvenil é vista como um âmbito a partir do qual a Igreja, a um grupo destinatário, oferece pessoas, recursos e temas. E portanto, os jovens muitas vezes não são ouvidos, nem nas comunidades paroquiais e muito menos nas comunidades diocesanas, para a nomeação de responsáveis.

E, portanto, também seria necessário que a Pastoral Juvenil, em cada diocese, fosse estruturada de uma forma mais consistente, em ordem a que todas as propostas nacionais possam, na verdade, ter continuidade e depois enraizar-se na vida cristã do dia-a-dia.

 

ECCLESIA – Um debate acerca da Pastoral Juvenil em Portugal, a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude em Agosto do próximo ano e da presença, nas dioceses de Portugal, da Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, a partir do dia 8, até ao dia 20 de Agosto. Padre Pablo, quem está convocado para participar nestes encontros com a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude?

PL – Todas as pessoas, inclusive os não crentes e os não cristãos. E tivemos a experiência disso em 2003, em que outras pessoas que não são cristãs se aproximaram, estiveram nas celebrações, nos momentos de oração e de convívio e, portanto, é uma ocasião para nos reencontrarmos.

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