Missão na última fronteira da Igreja

Ecclesia Rádio foi ao encontro do Pe. Alberto Rossa, claretiano a trabalhar em Macau

O Pe. Alberto Rossa, claretiano argentino, é um missionário na “última grande fronteira da Igreja”, a China. Da Argentina a Macau, um trajecto de vida relatado à Rádio Ecclesia.

Há quatro anos em território chinês, assegura que “o trabalho sacerdotal que se faz em Portugal, em Macau ou noutros países…nada disto se pode fazer na China que é a última grande fronteira da Igreja”.

“É um desafio muito grande perceber quais são as fronteiras inexploradas para poder trabalhar, levar a mensagem de Jesus através do que se pode fazer”, acrescenta.

Segundo este missionário, esta é uma descoberta diária num local onde as restrições são muitas: “Há que ter muito cuidado para não fazer o que não se permite”.

[[a,d,653,Pe. José Borga e Pe. Alberto Rossa]]“Não se pode vender a Bíblia em livrarias, mas pode ser vendida em paróquias. O mesmo se passa com outros livros religiosos. Através de publicações para o povo, levamos a mensagem de Jesus e uma forte formação”, explica.

Uma das “fronteiras” está na impossibilidade de levar livros religiosos para a China, embora haja sempre formas de tentar contornar esta situação.

Em 1957, o governo chinês criou a Associação Patriótica Católica (APC), e constituiu uma Igreja patriótica com Bispos eleitos pelo povo e consagrados pelos Bispos patrióticos, suspendendo assim qualquer comunicação com a Santa Sé.

A Igreja na China, a partir desse momento, ficou “dividida”. De um lado, a Igreja “patriótica”, guiada pela APC, ou seja, pelo governo comunista, rejeitando qualquer ligação com Roma. Por outro lado, a Igreja “clandestina”, formada pelos Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que não aceitaram a ruptura com o Papa.

O Pe. Rossa vive de perto esta situação e assegura que “somos missionários sem fronteiras em missão partilhada, porque não o podemos fazer sozinhos. É para a evangelização das pessoas, dos chineses e desde a China para todos porque também dizemos aos chineses que têm de dar o testemunho de vida”

“Muitos sofreram pela sua fé. Têm de dar o seu testemunho para animar os jovens e as outras gerações do Ocidente. Por isso dizemos na China e daí para o resto do mundo”, prossegue.

O missionário argentino refere uma das particularidades da língua chinesa a partir da saudação “ni hau”. “Significa muitas coisas. Significa por exemplo que fiques bem, bons dias, que estejas bem”.

“São dois caracteres: um é uma mulher e o segundo caracter é uma criança. O melhor que se pode desejar a um homem – numa cultura um pouco machista – é que tenha uma mulher e um filho, desejando-lhe o melhor. Então diz-se «ni hau»”, conclui.

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