«Missão é Evangelho certo nas incertezas do mundo»

D. Manuel Clemente disse aos cristãos que falar de Deus é um trabalho que ainda vai no início

 

“A missão é muito mais do que o ofício de alguns, é o mandato vivo do Pai, que tem Cristo como operação, conteúdo e companhia”. Foi com esta definição que o bispo do Porto abriu a sua homilia, no dia 24 de Outubro, dedicado às missões.

Na Eucaristia que encerrava o Congresso Missionário da diocese do Porto, D. Manuel Clemente procurou desafiar os cristãos a renovarem os seus esforços de anúncio, principalmente dentro dos ambientes onde Deus está esquecido ou ignorado.

“Perto ou longe, onde a religiosidade natural ainda não se tenha aberto ao Espírito de Cristo, ou onde se trocaram o Decálogo e as Bem-aventuranças por meras vontades de satisfazer desejos ou alimentar caprichos: em todas estas e variadas situações, a missão consiste em proclamar plenamente a mensagem do Evangelho: Cristo está connosco, para que “tenhamos vida e vida em abundância”, sublinhou o prelado, numa celebração realizada na Sé do Porto.

Secundando as “insistências dos bispos portugueses”, na Carta Pastoral “Como Eu vos fiz, fazei vós também – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”, o bispo do Porto realçou a importância da missão começar pelas realidades locais, em Portugal, e que “não pode ser delegada em apenas algumas pessoas”, precisando de ser adoptada “em espírito de verdadeira comunhão”.

D. Manuel Clemente não deixou de lançar um olhar a todos os missionários, que alimentados pela convicção “de que o Senhor está com eles”, mesmo quando faltam outros apoios, continuam a anunciar o Cristo vivo, vivendo a vida em plenitude.

O Congresso Missionário, realizado nos dias 23 e 24 de Outubro, foi um dos pontos altos da Missão 2010, que tem sido vivida pela diocese do Porto ao longo deste ano, com diversas iniciativas.

Em declarações à ECCLESIA, o bispo do Porto disse que “tudo o que se manifestou ao longo deste ano, e também neste congresso, é que a dimensão missionária não é um acrescento mas sim uma legitimação da vida das comunidades”.

“A missão hoje tem contornos novos, de extensão lá fora, mas tem também uma dimensão de profundidade, para que vá mais longe aqui dentro, onde ainda não foi ou aonde já não é”, acrescentou o prelado.

Como que a provar que a Missão está de facto diferente, um dos destaques do Congresso foi um painel cheio de testemunhos, não apenas de missionários consagrados mas de leigos, que partiram em missão.

Para o padre Almiro Mendes, a participação dos leigos é o futuro da missão, apontando o exemplo de “dois casais, um que esteve 3 anos na Tanzânia, outro que vai partir agora dia 8 de Novembro para a Colômbia, durante quatro anos”.

“Realmente a missão é para todas aquelas pessoas que têm uma coisa dentro delas, esta consciência de que a vida é um dom, que temos que ser felizes, e         que o Amor de Deus nos realiza” referiu ainda o coordenador do Secretariado Diocesano das Missões no Porto, em declarações à ECCLESIA.

Fazendo uma primeira análise à Missão 2010 na diocese do Porto, o sacerdote acredita que pelo menos “as pessoas que não têm fé ficaram mais conscientes”, dando como exemplo os 340 rostos de Cristo que estão expostos na Estação de S. Bento.

“Muitas das pessoas que passaram por lá, que não têm fé, ficaram encantadas”, revela o padre Almiro Mendes, manifestando a certeza de que “aqueles Cristos disseram alguma coisa” ao coração daquela gente.

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