Misericórdias querem responder a desafios de intergeracionalidade

As Misericórdias que participaram no VIII Congresso Internacional, em Pamplona, Espanha, consideram urgente encontrar respostas adequadas e sustentadas aos desafios da intergeracionalidade. Durante o encontro, realizado entre 4 e 8 de Outubro, defenderam a promoção de uma cultura de intergeracionalidade através de projectos concretos de pequena dimensão que integrem jovens e idosos em actividades adequadamente planeadas e acompanhadas. Os 250 congressistas, representantes de santas casas de Angola, Moçambique, Ucrânia, México, Espanha, Portugal, Itália e Luxemburgo reconheceram a necessidade de promover iniciativas no sentido de fomentar a solidariedade entre gerações valorizando as potencialidades dos jovens e idosos. A propósito, sustentaram a promoção de boas práticas e o desenvolvimento de uma cultura de novas formas de relacionamento entre gerações. Reconheceram ainda a necessidade de, no campo da cooperação, se agilizarem legislações e sobretudo actuar de forma coordenada numa atitude de proximidade e afecto para com os povos mais necessitados. Evidenciaram que as Misericórdias e os valores que as sustentam são «o melhor suporte» para enfrentar os desafios da globalização, «onde a coesão e a solidariedade entre os povos devem primar sobre as relações humanas». «As Misericórdias são, hoje no Mundo, importantes Instituições promotoras da igualdade e de solidariedade entre gerações que se querem responsáveis, justas e afectivas», sustentaram. A urgência de actuar em práticas efectivas de interculturalidade, interetnicidade, intereligiosidade, assim como de intergeracionalidade foi outra das conclusões deste Congresso Internacional de Casas de Misericórdia, em que Portugal esteve representado por 80 santas casas. No último dia dos trabalhos os congressistas elegeram os órgãos da Confederação Internacional das Misericórdias e da União Europeia das Misericórdias para o biénio 2007-2008, encontrando- se quatro portugueses entre os eleitos: o padre Vítor Melícias (presidente da União Europeia das Misericórdias), Manuel de Lemos, vice-presidente da Confederação para Portugal, Rui Manuel Rebelo, secretário para a Europa e Júlio Lopes Freire, tesoureiro Europa/Portugal. A Confederação Internacional das Misericórdias acordou uma recomendação de constituir a Comissão Internacional para a Formação Institucional sobre os valores de misericórdia, que terá como função promover a apresentação de propostas com carácter consultivo. No final do Congresso ao qual faltaram as representações de S. Tomé, Goa e França, as Misericórdias prestaram homenagem a S. Francisco Xavier, assumindo o compromisso de seguirem uma «actividade de entrega total e descomprometida aos Povos do Mundo». Felicitaram os novos responsáveis eleitos, quer para a União Europeia das Misericórdias, quer para a Confederação Internacional das Misericórdias, e a Misericórdia de Pamplona pelo seu 300.º aniversário e pelo acolhimento dispensado a este Congresso Internacional.

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