Alerta coordenador nacional das Escolas de Perdão e Reconciliação, dos Missionários da Consolata
Fátima, Santarém, 25 jan 2016 (Ecclesia) – O coordenador nacional das Escolas de Perdão e Reconciliação (ESPERE) dos Missionários da Consolata diz que a Igreja Católica não pode limitar o Jubileu da Misericórdia a uma forma de aproximar as pessoas do sacramento da Confissão.
Para o padre Albino Brás, essa “seria uma maneira muito pobre, válida mas pobre, de viver este ano santo”.
O sacerdote expressou a sua preocupação este sábado em Fátima, em declarações aos jornalistas, à margem do Conselho Nacional da Pastoral Juvenil.
O padre Albino Brás sublinhou a importância dos cristãos “não desperdiçarem esta oportunidade que o Papa Francisco deu para mergulharem na misericórdia” e desafiou os jovens a “despertarem para este grande dom”.
“Às vezes dentro das famílias, dos grupos de jovens, das escolas, às vezes até dentro das paróquias, há muitas formas de violência, a indiferença por exemplo pode ser uma forma de violência”, referiu o religioso.
As Escolas de Perdão e Reconciliação são um convite à transformação pessoal, em grupo, comunitária e social, cursos em que se trabalha o perdão e a reconciliação em 11 módulos.
Nestas ações de formação, grupos de 15 a 20 pessoas aprendem a gerir emoções como a raiva, o ódio, o ressentimento e a vingança.
De acordo com o responsável pela Rede ESPERE, Portugal conta hoje com uma “justiça que muitas vezes gera ela mesma a violência, porque é uma justiça punitiva, que não procura restaurar a pessoa, restaurar o ofensor”.
“As prisões estão cheias e as estatísticas dizem que 50 por cento dos presos não tem qualquer tipo de reinserção social, ou seja, não há uma perspetiva ainda estratégica, socialmente construída para recuperar o criminoso”, reforçou.
O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil decorreu sexta-feira e sábado em Fátima, dedicado ao tema “Bem – Aventurados os misericordiosos … Um novo olhar – Perdão e Reconciliação, para uma cultura de Paz”.
LFS/JCP