Militares encerram peregrinação em Lourdes

Bispo das Forças Armadas e de Segurança espera que a iniciativa «ajude a mudar mentalidades»

Uma peregrinação que “ajude a mudar mentalidades” – pediu D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, aos militares e seus familiares que foram até ao Santuário de Lourdes (França) para participar na Peregrinação Militar Internacional, de 20 a 25 de Maio.

Tudo começou em 1958, quando dois capelães militares (um francês e outro alemão) se juntaram, em Lourdes, para tentar a “reconciliação entre os dois povos”. O Pe. Manuel Amorim, Vigário-Geral castrense, realça que “é com a colaboração de todos que passa a construção de um mundo novo”. A ideia vingou e, inicialmente, a Peregrinação Internacional a Lourdes tinha apenas militares dos países europeus.

Em 2010, muitos milhares de militares, de países europeus e não só, juntaram-se no Santuário de Lourdes, situado na base dos Pirenéus, para celebrar a fé e partilhar experiências. A delegação portuguesa é constituída por cerca de 600 peregrinos.

Na celebração eucarística, na Chapelle de Notre-Dame, com os portugueses, D. Januário Torgal Ferreira recordou os falecidos D. António Ribeiro e o General Lemos Pires e sublinhou que a vida pública deve “ter regras de conduta”.

A 11 de Fevereiro de 1858, Nossa Senhora aparece pela primeira vez à jovem Bernadette, na gruta de Massabielle, junto às margens do Rio Gave. Neste santuário francês, o prelado das Forças Armadas e de Segurança alertou também para “a partilha das riquezas com os mais pobres”. Ao olhar para as fragilidades do mundo actual, D. Januário Torgal Ferreira salienta que a culpa não reside “apenas nos outros”. E pediu: “É preciso ter coragem de assumir que a culpa também é nossa”.

Para além do programa oficial da Peregrinação Militar Internacional a Lourdes, as delegações dos países têm também momentos específicos. A Celebração Eucarística, a Celebração Penitencial e a Via-Sacra foram tempos próprios da delegação portuguesa. “Apelos para a interioridade” – disse à Agência ECCLESIA um militar português.

Após a foto de conjunto, nas escadarias do Santuário, os portugueses – divididos por grupos – fizeram a experiência da Via-Crucis (Via-Sacra). Numa das colinas circundantes do Santuário de Lourdes, os peregrinos sentiram os passos de Jesus a caminho do Calvário. “É cansativo, mas sinto-me bem” – frisou um peregrino.

Subida interpelativa, rodeada de árvores frondosas, que dão «frescura» às 14 estações da Via-Sacra. “Este ambiente ajudou-me a fazer uma revisão de vida” – desabafou um militar para outro militar. “Senti que a vida não é apenas trabalho” – foi a resposta obtida pelo desabafo.

Ao fundo, a neve dos Pirenéus observava a caminhada dos portugueses que se deslocaram ao santuário mariano para viver uma jornada de fé sobre «O sinal da Cruz». Terminada a interioridade da Via-Sacra, os peregrinos desceram a colina e voltaram ao rebuliço da cidade. “Valeu a pena. Gostei da experiência” foi uma expressão muito utilizada no final da Via-Sacra.

Luis Filipe Santos, na Peregrinação Militar Internacional ao Santuário de Lourdes

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