Milhões de meninos de rua precisam de ajuda

Santa Sé organizou I Encontro Internacional desta pastoral específica A situação de mais de 100 milhões de crianças, do Brasil ao México, da Rússia à Roménia, das Filipinas à Índia, é impressionante e dramática, tendo levado a Santa Sé a organizar o I Encontro Internacional da Pastoral dos Meninos de Rua. Conhecidos um pouco por todo o mundo como “chokora”, “homeless”, “pajaros fruteros”, “moineaux”, “meninos de rua”, “niños de la calle” ou “enfants sorciers”, as crianças são para a Santa Sé “as primeiras vítimas da desagregação familiar, da urbanização desordenada, das migrações e das numerosas guerras dos nossos dias”. O encontro, que terminou hoje em Roma, foi promovido pelo Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, tendo contado com a participação de 40 representantes eclesiais, dos cinco continentes. Para o presidente do Dicastério organizador, cardeal Stephen Fumio Hamao, é necessário “dar visibilidade a todas as forças institucionais e privadas, às associações e organizações não-governamentais, aos operadores de base, ao voluntariado e aos grupos comprometidos em favor de todos estes pequenos marginalizados”. O arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício, disse à Rádio Vaticano que “a situação é impressionante, basta considerar os números”. “De acordo com um relatório da Amnistia Internacional, os meninos de rua são 100 milhões (150 milhões segundo a Organização Internacional do Trabalho, OIT) nas cidades do sul do mundo, ou seja, 45 milhões na América Latina, 10 milhões na África, 40 milhões da Ásia. Também na Europa existe esse fenómeno, em especial nos países de Leste”, referiu. O encontro procurou reunir as experiências que tem a Igreja na Pastoral, no acolhimento destes meninos. “A partir daí deve-se delinear uma pastoral específica amparada na responsabilidade episcopal, além do compromisso generoso de pessoas e diversas instituições”, assinala D. Marchetto. O prelado chamou a atenção para “as notícias muito tristes de eliminação física dos meninos de rua” e os meninos que acabam na rua “por motivos ligados à superstição, fruto da ignorância”. A Igreja Católica já denunciou o assassinato de meninos de rua nas Filipinas, Brasil, Guatemala e Honduras. O P. Shay Cullen, das Filipinas (onde vivem 1,2 milhões de meninos de rua), lançou novo alerta: “os meninos de rua começam a ser vistos como parasitas que é preciso eliminar; numerosas cidades testemunharam as actividades dos ‘esquadrões da morte’, grupos de vigilantes que eliminam as crianças e adolescentes”.

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