Milhares em festa na vigília com o Papa

Bento XVI convidou os presentes a manterem-se unidos, na Igreja, perante um mundo cada vez mais fragmentado Mais de 235 mil jovens estiveram em festa no Hipódromo de Randwick, este Sábado, depois de terem celebrado com Bento XVI a vigília de oração das Jornadas Mundiais da Juventude 2008, em Sidney. O Papa convidou os presentes a manterem-se unidos, na Igreja, perante um mundo cada vez mais fragmentado. Numa celebração que se iniciou aos sons do rock, hip-hop e do Reggae, uma breve encenação marcou a chegada da Cruz das JMJ e do ícone mariano que a acompanha, em todo o mundo. O entusiasmo tomou conta da multidão quando se anunciou a chegada do Papa, num mar de luz – em especial a das velas-, de música e de entusiasmo. Na sua saudação, o Papa assegurou que “Deus não desiludirá a vossa esperança” e confessou a sua satisfação por estar entre jovens de todo o mundo. Vários foram os jovens que falaram diante de Bento XVI, da Tailândia ao Chile, dando testemunho dos “dons do Espírito Santo”: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade, temor de Deus. A cerimónia focou também as vidas dos 10 patronos da JMJ 2008, incluindo a Beata australiana Mary MacKillop, o jovem Beato Pier Giorgio Frassati e Santa Maria Goretti. Mudar o mundo Numa intervenção centrada sobre o Espírito Santo, o Papa disse aos jovens que “o nosso testemunho cristão é oferecido a um mundo que, sob muitos aspectos, é frágil”. “A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tornam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito humano acaba quase totalmente esmagado pela exploração e o abuso das pessoas”, lamentou. Segundo Bento XVI, a sociedade contemporânea “está a sofrer um processo de fragmentação por causa dum modo de pensar que é, por sua natureza, de visão curta, porque descura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós. Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o quadro inteiro”. O Papa alertou os jovens para a tentação de “separar o Espírito Santo de Cristo presente na estrutura institucional da Igreja”, apelando a “resistir a toda a tentação de nos irmos embora”. “Deus está connosco, não na fantasia, mas na realidade da vida. O que temos de procurar é enfrentar a realidade, não fugir dela. Por isso, o Espírito Santo atrai-nos delicada mas resolutamente para aquilo que é real, duradouro, verdadeiro”, assegurou. Bento XVI confessou que “quando, jovem sacerdote, fui encarregado de ensinar teologia, decidi estudar as testemunhas eminentes do Espírito na história da Igreja”, destacando a importância que teve, nessa altura, “o grande Santo Agostinho”. “É o Espírito Santo quem realiza a maravilhosa comunhão dos crentes em Cristo Jesus. Fiel à sua natureza de dador e simultaneamente de dom, agora Ele está a actuar por meio de vós. Inspirados pelas intuições de Santo Agostinho, fazei com que o amor unificante seja a vossa medida; o amor duradouro seja o vosso desafio; o amor que se dá a vossa missão”, indicou. Destacando que amanhã irá conferir o Crisma a alguns jovens, na celebração eucarística, o Papa sublinhou que “o que constitui a nossa fé não é primariamente aquilo que fazemos, mas o que recebemos. Aliás, muitas pessoas generosas que não são cristãs podem realizar muito mais do que fazemos nós”. “Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte. Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor. No fim de contas, a vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”, apontou. Depois da saudação de Bento XVI, teve lugar uma adoração eucarística. Quando o Papa partiu, os peregrinos permaneceram debaixo das estrelas, à espera da Missa de Domingo, na qual poderão estar mais de meio milhão de pessoas.

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