Milhares cumprem promessa ao Coração de Jesus em Viana

Bispo de Viana aponta a «formação religiosa permanente» como resposta aos desafios actuais D. José Pedreira, do alto da serra de Santa Luzia, na celebração da Peregrinação ao Sagrado Coração de Jesus, lançou o desafio da «formação religiosa permanente» para todos, em especial para os adultos, sublinhando que é a única forma de poder responder aos desafios quotidianos e viver o amor de Deus. «Ser cristão nos dias de hoje constitui um desafio com contornos sempre novos», apenas superados com uma «fé esclarecida». Por isso, o Prelado afirmou que «a formação religiosa deve ser assumida como uma preocupação constante no dia-a-dia da comunidades cristãs» porque já não basta uma «religiosidade fundamentada na mera tradição religiosa, na piedade ou nas devoções individuais» e a «formação básica da fé» de muitos dos fiéis revela-se insuficiente para dizer Deus na linguagem dos homens e mulheres deste tempo. Esta «formação permanente da fé» das pessoas adultas é indispensável para a «tomada de consciência da nossa identidade cristã», explicou o Bispo de Viana do Castelo sublinhando que esta deve levar a assumir «responsabilidades na Igreja e nas comunidades paroquiais» despertando para a «dimensão missionária» que a todos faz anunciadores da Boa Nova de Cristo, seja aos que se cruzam nos nossos caminhos da vida, seja aos que se mantêm à margem da Igreja, não praticantes e não crentes. A consciência de que a «fé nunca está plenamente alcançada» durante a caminhada terrena, obriga a um «esforço» para a cultivar através da «escuta da Palavra de Deus, explicada na formação permanente da catequese em todas as idades». Para que todos os fiéis da Diocese de Viana do Castelo tomem este compromisso necessitam da graça de Deus e da ajuda dos sacramentos para ultrapassar os momentos mais difíceis e de maior desânimo, referiu o Prelado durante a missa celebrada na esplanada do Templo/Monumento que reuniu milhares. Esta consciência mais aprofundada da fé deverá tornar presente no mundo o «amor de Deus» de que «o cristianismo deve ser uma clara expressão terrena», frisou o Bispo Diocesano ao explicar que a primeira encíclica do actual Papa – Deus é amor -, numa altura em que já se fala de uma segunda, «traduz o projecto de evangelização» que ele tem em mente. A palavra «amor», apesar dos múltiplos sentidos que hoje encerra, continua a ser a que melhor exprime a «realidade mais profunda do “Ser” de Deus, da sua natureza divina, das relações íntimas entre as três pessoas da Trindade Santíssima». «O amor, em Deus – prosseguiu o Prelado -, só é compreensível como amor oblativo, de dação». Esta dimensão do amor não rejeita aquele que se estabelece entre dois seres humanos, homem e mulher, que envolve a corporeidade e a alma. Para D. José Pedreira, confere-lhe a «purificação e a beleza» a fim de que não degenere em degradação, «tantas vezes usada e explorada para satisfazer o egoísmo de alguns». O amor cristão dimana do «amor apaixonado de Deus pelo seu povo» ao ponto de se tronar visível em Jesus Cristo, cuja vida e palavras mais não forma que «testemunho do mistério pascal». A instituição da Eucaristia, em véspera da Paixão, é a expressão mais sublime da continuidade desta entrega, como verdadeiro alimento, por amor. O cristão, ao estruturar a sua vida enraizada neste amor, assume a missão da prática da caridade, colocando-se na primeira linha da «defesa activa das normas da justiça». Onde esta não chegar, continuou o Bispo Diocesano, impõe-se uma presença através das múltiplas estruturas sócio-caritaivas existente a nível diocesano e paroquial. Os vianenses ao cumprirem mais uma vez uma promessa antiga de subirem o monte ao Santuário do Sagrado Coração de Jesus testemunham a presença de Deus na vida e nas tribulações da história, expressando a vontade de aprofundar a vivência da comunhão de amor a Cristo.

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