Migrações: «Tem de ser combatida a ideia que os migrantes são só para receber» – Eugénia Quaresma

Diretora da Obra Católica Portuguesa projeta peregrinação anual a Fátima

Foto: Lusa

Lisboa, 11 ago 2022 (Ecclesia) – Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, disse à Agência ECCLESIA que “tem de ser combatida a ideia que os migrantes são só para receber” e indica que na peregrinação dos migrantes a Fátima, a 12 e 13 de agosto, esta é “uma realidade rezada”.

“Tem de ser combatida a ideia que os migrantes são só para receber,  eles têm tanto para nos dar, ao nível litúrgico, dos serviços, por exemplo e querem participar, e o movimento sinodal é muito importante, a escuta do que é diferente, e até que ponto podemos ser reconhecidos”, assinala.

A responsável aponta ainda que a pastoral das migrações é muito atenta e sensível à questão do acolhimento, “não só para quem vem de fora mas do próprio país” e até “aqueles que mudam de diocese e precisam de acolhimento”.

Segundo Eugénia Quaresma “há muito bons exemplos na sociedade” em que se ouvem e é dado espaço aos migrantes. 

Há associações de migrantes que dão voz às suas comunidades e têm assento municipal, por exemplo, a participar da construção da cidade; queremos este mundo novo, incluindo migrantes e refugiados, contando com a sua colaboração”.

Já na Igreja, a responsável considera que é necessário “transportar” estas ideias para o nível das comunidades e que tem de haver um “trabalho de inclusão”. 

“É nas novas gerações que temos de apostar, porque mais do que tolerância e abertura, têm curiosidade, temos de ajudar a educar para isso; e há bons exemplos de interculturalidade sobretudo nas escolas que têm de conviver com muitas nacionalidades, pelo contexto onde estão inseridas”, observa.

Na comemoração dos 50 anos da Semana Nacional de Migrações e os 60 anos da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Quaresma olha para a Peregrinação do Migrante e do Refugiado ao Santuário de Fátima como uma “realidade rezada”.

“Voltamos a ter a vigília noturna (12 de agosto) animada pelo secretariados e comunidades de emigrantes que estão em Portuga e esta realidade a ser rezada durante esta noite”, afirma, em entrevista que vai ser emitida esta sexta-feira no Programa ECCLESIA, pelas 15h00, na RTP2.

A 50ª edição da Semana Nacional de Migrações teve início esta segunda-feira e prolonga-se até ao próximo domingo,  com o lema “Juntos construímos um Nós maior: uma só família humana”, assinalando também os 60 anos da OCPM.

“Estas duas efemérides suscitam em nós todo um conjunto de sentimentos e bons propósitos: sentimentos de ação de graças ao Senhor por estes abençoados e fecundos anos, cheios de vitalidade; sentimentos de gratidão a quantos serviram e servem dedicadamente esta Obra, fazendo dela um rosto visível do cuidado dos bispos em Portugal por esta grande e desafiante realidade das Migrações; propósitos de um comprometimento cada vez maior na reflexão sobre este vasto mundo, à Luz do Evangelho, em ordem a uma intervenção oportuna, coordenada e eficaz” escreve D. Daniel Batalha, vogal da Comissão Episcopal para a Pastoral da Mobilidade Humana.

O bispo de Fall River (Estados Unidos da América), D. Edgar Moreira da Cunha, vai presidir à peregrinação internacional de agosto, no Santuário de Fátima.

Para os dias 12 e 13 estão inscritos 13 grupos: Alemanha(2); Austria(1), Portugal (2), Béligica (1) Espanha (1) Irlanda (1), Israel (1), Itália (1); Vietname(1), França(1), Holanda (1) e Polónia (3).

HM/SN

Fátima: Bispo de Fall River preside à Peregrinação do Migrante e do Refugiado

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