França: Papa visita Córsega, com olhar posto no Mediterrâneo

47ª viagem internacional sublinha «património religioso-artístico-cultural» dos povos da região

Cidade do Vaticano,15 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa iniciou este domingo a sua 47ª viagem internacional, visitando a cidade de Ajácio, na Córsega (França), num programa com atenção especial ao Mediterrâneo.

A deslocação de menos de 12 horas tem como ponto de destaque a participação de Francisco no “Congresso sobre Religiosidade Popular no Mediterrâneo”, incluindo ainda um encontro de oração com o clero local, na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, e uma Missa, na presença de 7 mil pessoas, na histórica ‘Place d’Austerlitz’, conhecida localmente como ‘U Casone’ (“A Casa”, em corso), encerrando-se com uma conversa privada com o presidente francês, Emmanuel Macron.

À chegada ao aeroporto ‘Napoleão Bonaparte’, Francisco foi recebido pelo ministro do Interior francês e por quatro jovens, que lhe ofereceram flores.

Após a execução dos hinos, as honras militares e a apresentação das delegações, foi entoado um cântico, tendo o Papa feito uma breve paragem no Batistério de São João, para um momento de oração.

Francisco percorreu as ruas de papamóvel, acompanhado ao longo do percurso por milhares de pessoas, cumprimentando vários crianças; o Papa mandou parar o veículo ao ver a pessoa mais idosa de Ajácio, com 108 anos, sentada numa cadeira de rodas e com um cartaz que a identificava.

 

A primeira visita de um Papa à Córsega inclui uma homenagem à “Madonnuccia”, a imagem da Virgem Maria a quem a população local atribui a proteção contra a peste em 1656, numa ilha então sob o domínio genovês.

Antes de sair do Vaticano, Francisco quis cumprimentar, na Casa Santa Marta, um grupo de cerca de dez pessoas que vivem na rua, acompanhados pelo esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, “mulheres e homens que encontram abrigo à noite sob a colunata da Praça São Pedro”.

Como é tradição, o Papa enviou uma mensagem ao presidente italiano Sergio Mattarella, no início da viagem internacional, que apresentou como “oportunidade de renovar o convite a considerar o património religioso-artístico-cultural das muitas civilizações voltadas para o ‘Mare Nostrum’ [Mediterrâneo], que, apesar dos acontecimentos históricos, preservaram cuidadosamente a herança espiritual transmitida pelos seus pais na fé”.

Francisco realça os “valores saudáveis que moldaram homens e mulheres, para que no diálogo fecundo entre as religiões, as instituições políticas e o mundo do conhecimento, se promova o respeito pelas suas próprias raízes, a liberdade de testemunhar as próprias crenças e a responsabilidade pelo futuro”.

O voo, de cerca de 500 quilómetros, foi acompanhado por 70 profissionais da comunicação social, que o Papa quis cumprimentar.

“Bom dia e obrigado por terem vindo! Desejo-lhes uma boa viagem e muito obrigado pelo seu serviço. Muito obrigado”, disse.

Desde a sua eleição, em 2013, o Papa Francisco fez 47 viagens internacionais, tendo visitado 67 países, incluindo Portugal (2017 e 2023).

OC

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