Mianmar: Papa recebido em clima de festa numa visita inédita

Francisco antecipou encontro privado com Francisco comandante do Exército, general Min Aung Hlaing

Rangum, Mianmar, 27 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco chegou hoje a Rangum, tornando-se o primeiro pontífice a visitar o Mianmar, na sua 21ª viagem internacional.

Após 8584 quilómetros e mais de 10 horas de voo, Francisco foi recebido no aeroporto internacional da capital da antiga Birmânia por um ministro-delegado do presidente, juntamente com todos os bispos da Conferência Episcopal.

Várias crianças das paróquias da cidade e dos arredores ofereceram flores ao Papa, num acolhimento em que não foram proferidos discursos.

O Papa fica alojado no paço arquiepiscopal dado que no país ainda não existe uma Nunciatura Apostólica – as relações diplomáticas com a Santa Sé só foram estabelecidas há alguns meses.

Francisco antecipou para hoje o encontro privado, inicialmente previsto para quinta-feira, com o comandante do Exército, general Min Aung Hlaing, em Rangum.

O encontro concluiu-se com o intercâmbio de dons: o Papa ofereceu uma medalha da viagem, o general, uma harpa em forma de barco e uma tigela decorada, informa o jornal do Vaticano.

A cerimónia oficial de boas-vindas está marcada para esta terça-feira, no palácio presidencial, em Nay Pyi Taw, capital administrativa de Mianmar.

O Papa seguiu diretamente para a sede da arquidiocese, que fica na parte centro-oriental da cidade, num percurso de 18 quilómetros; segundo a Rádio Vaticano, no trajeto, percorrido em carro fechado, Francisco pôde acenar a milhares de pessoas reunidas em oito pontos organizados, que o receberam com bandeiras e cânticos.

No tradicional telegrama enviado ao presidente da Itália, ao deixar o país, o Papa referiu que partia como “peregrino da paz, para encorajar as pequenas mas fervorosas comunidade católicas e encontrar-se com os crentes de várias religiões”.

Ao longo do voo foram enviadas mensagens aos chefes de Estado da Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Sérvia, Bulgária, Turquia, Geórgia, Azerbaijão, Turquemenistão, Afeganistão, Paquistão e Índia, à medida que estas nações eram sobrevoadas.

Até 2 de dezembro, Francisco é o primeiro Papa a visitar a antiga Birmânia, país de maioria budista, e o segundo no vizinho Bangladesh, de maioria muçulmana.

Os dois países estão no centro de uma crise humana por causa da fuga da minoria rohingya.

Neste regresso à Ásia, quase três anos depois, o Papa vai percorrer mais de 17 mil quilómetros, numa agenda que inclui encontros com a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, chefe do Governo; responsáveis políticos, líderes católicos e com o Conselho Supremo dos Monges Budistas de Mianmar.

No Bangladesh, o Papa Francisco vai visitar o memorial nacional aos mártires de Savar, falando a autoridades políticas e religiosas.

Um “pequeno grupo” de refugiados rohingya vai estar presente num encontro inter-religioso pela paz na capital de Bangladesh, Daca, na tarde de 1 de dezembro, adiantou o porta-voz do Vaticano.

O programa inclui um momento inter-religioso de oração pela paz.

OC

Notícia atualizada às 09h59

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Agência ECCLESIA

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