México/Cuba: Viagem sob o signo dos 200 anos de independência na América Latina

Bento XVI associa-se a momento festivo para a região

Lisboa, 23 mar 2012 (Ecclesia) – A 23ª visita de Bento XVI ao estrangeiro hoje iniciada, com passagens pelo México e Cuba, vai associar-se às comemorações do bicentenário da independência dos países da América Latina.

O anúncio da viagem foi feito pelo próprio Papa, durante a homilia da missa para a América Latina, a 12 de dezembro de 2011, solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, que decorreu no Vaticano.

Durante a celebração, Bento XVI afirmou ser  importante que os diversos povos latino-americanos “salvaguardem o seu rico tesouro de fé e o seu dinamismo histórico-cultural, sendo sempre defensores da vida humana desde a sua conceção até ao seu ocaso natural e promotores da paz”.

“De igual modo estão chamados a incrementar cada vez mais iniciativas concretas e programas efetivos que propiciem a reconciliação e a fraternidade, incrementem a solidariedade e o cuidado do meio ambiente, fortalecendo ao mesmo tempo os esforços para superar a miséria, o analfabetismo e a corrupção e erradicar qualquer injustiça, violência, criminalidade, insegurança urbana, narcotráfico e extorsão”, acrescentou.

Guzman Carriquiry, secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina, publicou o livro ‘O bicentenário da independência dos países latino-americanos’, no contexto da viagem papal, sublinhando que a data “ajuda a recapitular o passado histórico” e a “enfrentar todas as questões, desafios e missões que a independência deixou por resolver”.

Carriquiry cita, a este respeito, o general venezuelano Simón Bolívar (1783-1830), um dos heróis das independências sul-americanas face ao império espanhol: “A independência é o único bem que obtivemos à custa de todos os outros”.

“No fundo, queria dizer que nem sequer a independência estava garantida, como verificamos na história”, indica o secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina.

O autor sublinha que a região sempre se teve de confrontar com situações de desequilíbrio, seja pela ingerência das potências anglo-saxónicas em matéria económica e política, seja pela discriminação a que foram votadas as populações indígenas, obrigadas a viver em condições “degradantes”.

A primeira missa que Bento XVI vai celebrar, no México, tem lugar no Parque do Bicentenário da independência e, para Guzman Carriquiry, o Papa vai “olhar e dirigir-se para toda a América Latina, que está a viver uma fase histórica muito favorável e muito promissora”.

Esta é a primeira vez que o atual Papa visita países de língua hispânica na América Latina e a sua terceira viagem ao continente americano, após a viagem ao Brasil (2007) e aos EUA (2008).

OC

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