Mentalidade «serôdia» atrasa a regulamentação da Concordata

Há uma mentalidade serôdia, com laivos de iluminismo e de anticlericalismo, que está por detrás de questões como o atraso na regulamentação da Concordata, ou a desconfiança com que são olhadas as instituições de solidariedade social, as escolas católicas ou a acção social católica. A acusação é de Marcelo Rebelo de Sousa, nas quintas jornadas da Pastoral da Cultura da Igreja Católica, ontem (5 de Junho) que decorrem em Fátima.

O analista político e professor universitário referiu-se ainda a situações em que grupos católicos desenvolvem acções de apoio social, mas têm que omitir a sua matriz religiosa para poder concorrer a verbas públicas ou comunitárias. O que não acontece em países do centro da Europa, como a Alemanha, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa atribui algumas destas atitudes a uma obsolescência de instituições como a Maçonaria, que na opinião do professor universitário retrocedeu em relação ao que era há duas décadas.

Na mesma ocasião, o bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, D. Manuel Clemente, afirmou que os católicos devem "vencer a tentação do isolacionismo e do integrismo". Nesse quadro contestou as iniciativas dos seus colegas bispos espanhóis de promover manifestações públicas contra políticas governamentais.

"Intervenções redutoras", chamou-lhes Marcelo Rebelo de Sousa. "Têm que ser os leigos católicos a tomar a dianteira" nas propostas de acção social ou na intervenção política, sugeriu.

(Com Público)

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