Mensagem do Bispo do Funchal para o Dia da Igreja Diocesana

“Se vês a caridade, vês a Trindade” (S. Agostinho) Com muita alegria, paz e esperança saúdo o bom povo de Deus desta Igreja do Funchal, neste dia que escolhemos para Dia da Igreja Diocesana. O Vosso Bispo em união com todos os sacerdotes e todo o povo de Deus deseja celebrar com muito empenho este dia diocesano. Em todas as Eucaristias, se possível, incluam uma prece específica na oração universal. Celebramos neste domingo a solenidade litúrgica da Santíssima Trindade. Sendo a Família Trinitária o protótipo de toda a comunhão eclesial, faz todo o sentido integrar nesta solenidade a celebração do Dia da Igreja do Funchal, como consta no nosso calendário diocesano. O mistério da Santíssima Trindade, como sabemos, é o grande mistério da comunhão do amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mistério central de toda a nossa fé. Que significado tem para nós celebrar o Dia da Igreja Diocesana? O Concílio Vaticano II, no documento sobre o Múnus Pastoral dos Bispos (nº 11), define uma diocese como “uma porção do Povo de Deus confiada a um Bispo para que, com a ajuda do seu presbitério, seja o seu pastor. Assim, a Diocese ligada ao seu pastor e por ele reunida no Espírito Santo, graças ao Evangelho e à Eucaristia, constitui uma Igreja particular, na qual está verdadeiramente presente e actuante a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica”. Se é verdade que o Concilio Vaticano II começa por definir a Diocese como uma porção quantitativa de fiéis, acrescenta logo a presença e a presidência de um Bispo em comunhão com o Presbitério, para que ela possa ser verdadeiramente ícone da Santíssima Trindade. Para que na Igreja Particular possa estar verdadeiramente presente a comunhão na Santíssima Trindade, não basta acreditar na Palavra de Deus e celebrar os Sacramentos. Ela precisa ser testemunha da unidade selada pela caridade. Proclamar a Palavra e celebrar os Sacramentos sem uma vida de comunhão e unidade, sem o sentido da corresponsabilidade, é desvirtuar o fundamental da nossa vida em Cristo. Na verdade, é como ter uma casa e viver fora dela ou ter um poço cheio de água à sua volta e morrer de sede. Ao longo do Ano Pastoral, as Paróquias celebraram o dia da Dedicação das suas Igrejas ou da criação das mesmas. Os diversos Secretariados, os Movimentos e Obras também celebraram cada um adentro da sua especificidade, os respectivos dias diocesanos, como seja o dia do Acólito, do Catequista entre outros. Os Consagrados também celebraram o dia dos seus fundadores ou a graça do início do seu carisma específico. Hoje, numa única festa com a grande família diocesana, que é esta Igreja Particular, queremos em comunhão e em unidade com a Santíssima Trindade, celebrar o Dia da Igreja do Funchal. Celebrar o Dia da Igreja Diocesana é estar em comunhão com toda a Igreja Universal, em unidade com o Papa Bento XVI, que há um ano me escolheu e enviou para servir, como Bispo, esta parcela do Povo de Deus. É com grande júbilo e em adoração à Santíssima Trindade, que agradeço convosco este primeiro ano de serviço pastoral, que o Senhor me concedeu para presidir na fé e na caridade, com simplicidade e alegria, a esta Igreja Particular do Funchal. Associado a este agradecimento do Dia da Igreja Diocesana, encontrar-me-ei, amanhã, e celebrarei a Eucaristia, na alegria e em acção de graças, com os Sacerdotes da Diocese, os meus mais directos colaboradores. Desta forma, com os Sacerdotes e com o Povo de Deus presente, em comunhão com toda a Diocese, cantaremos um hino de louvor e de gratidão a Deus pelo primeiro aniversário da minha tomada de posse como Bispo desta Igreja do Funchal. Se é verdade que este dia deve ser de acção de graças, ao mesmo tempo ele também nos lança um renovado desafio em ordem à missão. Missão no grande lago que é esta Diocese, rica não só na sua beleza exterior e nas águas cristalinas das nossas ribeiras e dos nossos mares, mas também no íntimo dos nossos corações e dos nossos olhares. Faz-te ao largo é o meu lema, que toda a Diocese, certamente, partilhará comigo. Se vês a caridade, vês a Trindade. Esta bela e profunda expressão de Santo Agostinho leva-me a repetir o grande desejo, por mim expresso, na primeira mensagem que dirigi à Diocese, aquando da minha nomeação como vosso Pastor: Conto convosco, contai vós comigo! Conto convosco, sacerdotes, seminaristas, consagrados, elementos de todos os secretariados, movimentos e obras e todo o povo de Deus, presente nesta Igreja Particular, plantada no meio do Oceano Atlântico há quase meio século. Que todos unidos testemunhemos a vivência da caridade na comunhão da Família Trinitária, sentindo com mais força que somos totalmente amados e escolhidos por Deus. Contar convosco é poder continuar os trabalhos do Evangelho juntos, com todo o empenho e fidelidade ao Deus Uno e Trino e ao seu povo. Este serviço eclesial assumido no dinamismo do Espírito Santo, é Corresponsabilidade, Participação e Comunhão na Pastoral Diocesana, como afirmei na mensagem a toda a Diocese na Jornada Diocesana do Apostolado dos Leigos. Peço a Nossa Senhora do Monte, Padroeira da nossa Diocese do Funchal e Mãe da Igreja, que junto da Santíssima Trindade intercede continuamente por nós, nos oriente pelos caminhos da verdadeira caridade, comunhão e unidade, para que esta Igreja seja sinal visível da Beleza, da Vida e do Amor Trinitário. Funchal, 18 de Maio de 2008 D. António Carrilho, Bispo do Funchal

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