Memória das Aparições volta às origens

Um ano e seis dias após a morte da Irmã Lúcia, Fátima vive mais uma grande peregrinação com a trasladação da Irmã Lúcia para a Basílica do Santuário. A urna acaba de chegar a Fátima, sendo carregada por seis sobrinhos da Vidente. D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima, explicou à Agência ECCLESIA que esta trasladação não é uma “consagração no sentido canónico”, mas essa distinção relativamente ao culto não é, obviamente, tão clara no coração dos peregrinos. “Em particular, podemos invocar alguém que já partiu”, precisa o prelado. O Pe. Virgílio Nascimento, director do Serviço de Peregrinos do Santuário, assegurou à Agência ECCLESIA que esta cerimónia foi preparada “como as grandes peregrinações de Maio a Outubro”, tanto do ponto de vista litúrgico como logístico. A afluência ao túmulo dos Pastorinhos tem sido muito intensa, ao longo dos últimos anos, e este responsável espera que a “chegada” da Irmã Lúcia venha a fazer aumentar “o número de pessoas que por ali quer passar”. O local escolhido tem um grande significado para a Vidente, dado que no sítio onde agora se levanta a Basílica, ela viu Nossa Senhora pela sétima vez. O Pe. Luis Kondor, vice-postulador para a causa da canonização dos Pastorinhos, lembra que esta aparição teve lugar quando a Pastorinha foi enviada pelo seu Bispo para o Porto: “Na Cova da Iria – debruçada sobre a grade que resguardava o local onde Nossa Senhora apareceu – entre lágrimas disse a Nossa Senhora que não era capaz de oferecer, desta vez, o sacrifício de abandonar Fátima”, relata. Foi no meio das lágrimas que Nossa Senhora voltou a aparecer a Lúcia. “No dia 19 de Fevereiro, ela volta para aquele lugar onde Nossa Senhora se mostrou para abençoar o seu caminho de obediência”, precisa o Pe. Kondor. Fama de santidade Ao longo deste último ano tem “crescido a fama de santidade desta vidente de Fátima”, confidenciou à Agência ECCLESIA o Pe. Luis Kondor. “Recentemente recebi um embrulho com cartas – pesava 17 quilos – onde se pedia a beatificação da Irmã Lúcia”, assinala. O Código Direito Canónico estabelece que são necessários 5 anos para a abertura de um processo de canonização. D. Serafim lembra esse facto, pedindo paciência, apesar de reconhecer que gostaria que o processo começasse “quanto antes”, assegurando que a Irmã Lúcia “é um modelo para o tempo de hoje, como consagrada, uma pessoa fiel que falou do Além”. “Não queremos pôr mais uma estátua no altar, mas apresentar ao mundo de hoje uma personalidade muito rica, muito sincera”, acrescenta. “Cada dia recebo entre uma a três cartas de graças dos Pastorinhos e também da Irmã Lúcia”, revela. O vice-postulador para a causa da canonização dos Pastorinhos assegura que “hoje, muita gente se dirige à Irmã Lúcia”.

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