«[Símbolos] acompanham-nos na nossa radicalidade de ser jovens e de ser cristãos» – padre Domingos Meira
Melgaço, 20 jan 2023 (Ecclesia) – O Arciprestado de Melgaço proporcionou uma aventura radical com Cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), numa descida de rafting no Rio Minho que integrou o programa da peregrinação em curso na Diocese de Viana do Castelo.
[Os símbolos] são radicais por vários motivos, porque participaram nesta iniciativa e também pela dimensão que têm, uma Cruz de quase quatro metros, é uma dimensão quase assustadora”, disse hoje Ana Rita Afonso, do Comité Organizador Arciprestal (COA) de Melgaço em declarações à Agência ECCLEISA.
Para a jovem da Paróquia de São Tiago de Penso, estar com os símbolos “foi uma experiência única”, e, provavelmente, vai ser única nas suas vidas, por isso, estar com os símbolos que “têm tanta dimensão”, passaram por tantos locais do mundo, tantas pessoas diferentes que tocaram e rezaram perto deles, “foi inesquecível e marcante”.
Os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, estiveram no Arciprestado (conjunto de paróquias) de Melgaço (Diocese de Viana do Castelo), entre 14 e 16 de janeiro.
O padre Arcélio Sousa, responsável do COA de Melgaço, realça que o rafting é uma atividade característica, por isso, quiseram que a Cruz também “fizesse essa descida no Rio Minho”, o que “despertou mais curiosidade” das pessoas de fora desta região, porque ali é “uma atividade que todos conhecem”.
“Os jovens da equipa estavam com receio, o rio quando enche é muito rápido, mas a equipa em si colocou-nos à vontade e não havia perigo”, acrescentou.
Neste contexto, o padre Arcélio Sousa lamenta que esta iniciativa não tenha sido tão participada como gostariam, devido às condições meteorológicas desses dias, pelo que “acabou por ir só um barco com guias da ‘Melgaco Whitewater, rafting Rio Minho’”.
“Foi interessante, foi um desafio proposto pelo padre Arcélio que aceitamos: É uma cruz enorme e pesada, mas foi um desafio superado. Foi bastante interessante mesmo para os símbolos percorrerem as águas do Rio Minho”, disse João Paulo, da empresa de desporto.
Este responsável explicou à Agência ECCLESIA que os participantes fizeram “um percurso simbólico, cerca de um quilómetro e meio”, só com guias de rafting, “habituados às águas bravas”, com “capacidade de manusear a embarcação para criar uma atividade segura, devido às condições do rio”.
João Paulo não conhecia os dois símbolos da JMJ, mas “já tinha ouvido falar deles e da Jornada Mundial da Juventude”, destacando que uma iniciativa destas também aproxima a juventude.
O padre Domingos Meira, coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) de Viana do Castelo para a JMJ Lisboa 2023, destacou que existe “muita variedade” no programa desta peregrinação.
“O rafting faz parte desse concelho há vários anos, é algo radical tendo em conta a corrente que se forma no rio, e quiseram manifestar onde deviam estar os símbolos, onde estão os símbolos, de facto em todo o lado: Acompanham-nos na nossa radicalidade de ser jovens e de ser cristãos”, desenvolveu o também diretor da Pastoral Juvenil da Diocese de Viana do Castelo, lembrando que este sábado vão realizar um arraial da juventude, com os símbolos, no Santoinho, com o cantor Augusto Canário.
No Arciprestado de Melgaço, os símbolos da JMJ estiveram nas paróquias, e visitaram também a Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço – IPVC, a APPACDM (Delegação de Melgaço), o Agrupamento de Escolas e o Corpo de Bombeiros Voluntários de Melgaço, pelo Município de Melgaço, pela Unidade de Cuidados Continuados e pelos Lares e Creche da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço.
“Embora sejamos um arciprestado pequenino, com pouca gente, e infelizmente também pouca juventude, mas temos um grupo bom e interessante nesta preparação, quer na equipa, quer daqueles que se inscreveram”, salientou o padre Arcélio Sousa, informando que já têm 24 inscritos.
Para o responsável arciprestal do COA de Melgaço “foi interessante o entusiasmo” colocado em todo o programa, “sobretudo a criatividade” nas celebrações com os símbolos, como a vigília, a celebração da Eucaristia arciprestal, a oração mariana no Convento de Santa Maria de Fiães.
“A receção nos locais onde a cruz foi passando chamou sempre a atenção, a importância de tocar, do toque pela simbologia que os símbolos têm de terem percorrido o mundo e trazerem tantas mãos e tantos pedidos, mas sobretudo é sempre interessante ver que, como há dois mil anos, ainda continuam a ser pequeninos aqueles que mais são tocados, as crianças, e os idosos, os doentes, os residentes da APPACDM”, desenvolveu o sacerdote.
A jovem Ana Rita Afonso, da equipa do COA Melgaço, reforça que conseguiram “chegar perto de pessoas que mesmo não sendo tão jovens tiveram uma ligação aos símbolos” e souberam da existência da Jornada Mundial da Juventude.
CB/OC