Meio século de dedicação à Igreja

A pequena comunidade de Moás, anexa da paróquia de Vinhais, celebrou festivamente, no passado dia 1 de Julho, os 50 anos de sacerdócio do Padre João Alves, nascido naquela localidade a 6 de Junho de 1926. Na igreja de Moás, recebeu o Baptismo e no dia 1 de Julho de 1956 subiu ao altar para celebrar a sua primeira missa, dois dias após a sua ordenação sacerdotal. A ordenação sacerdotal recebeu-a a 29 de Junho, no Seminário de S. José, em Bragança. No dia 11 de Agosto desse mesmo ano, assumiu a paróquia do Zoio, com as anexas Refoios e Martim, localidades no alto da Serra de Nogueira. Ao longo dos anos assumiu diversas paróquias nas imediações, conforme as circunstâncias pastorais o exigiam. Actualmente, já com 80 anos, vive em Penhas Juntas, concelho de Vinhais, e continua a garantir a assistência pastoral às paróquias de Vilar dos Peregrinos e Vilarinho de Agrochão. Cinquenta anos depois da sua Missa Nova, dezenas dos seus conterrâneos, amigos e familiares participaram, com alegria, na Eucaristia presidida pelo Padre João e concelebrada por mais sete sacerdotes, entre os quais o Vigário Geral da Diocese, Pe. Valentim Bom, e o Cónego Silvério Pires, Vigário do Clero. Durante a homília, o Padre Valentim realçou as qualidades humanas e sacerdotais do aniversariante. Assim, definiu-o como “homem de rija têmpera”, que “sempre soube confiar no Senhor”, mesmo no meio das dificuldades. “nunca foi uma cana agitada pelo vento”, mas uma “cana firme”, caracterizando-se por uma “fortaleza e constância admiráveis” ao longo da sua vida pastoral. O vigário geral transmitiu também a saudação do Senhor Bispo, que, por dificuldade de agenda, não pode estar presente em tão significativa celebração sacerdotal. O Padre João Alves, hoje com 80 anos de idade, gastou a sua vida nas encostas da Serra, entre Zoio, Ouzilhão e Penhas Juntas. Ano após ano, enfrentou as intempéries do Inverno e o calor sufocante do Verão, sem nunca ter tido a oportunidade de gozar umas merecidas férias. Ao longo destes 50 anos, para além de garantir a assistência às comunidades a ele confiadas, nunca se esquivou a ajudar os sacerdotes vizinhos, em festas, funerais ou confissões. Aqueles que o conhecem e que com ele convivem sabem que é um sacerdote de uma pontualidade exemplar. Normalmente chega à igreja alguns minutos antes, troca algumas palavras com os presentes no adro e dirige-se à sacristia. Aqui, prepara-se para, à hora marcada, começar a celebrar a eucaristia. Qualquer atraso é motivo de preocupação para os paroquianos, porque significa algum imprevisto grave. Somente por três vezes chegou atrasado a uma celebração, uma vez devido a um nevão, que só conseguiu ultrapassar com dificuldade, e as outras porque o carro se enterrou no lamaçal do caminho, que utilizava para ir a uma das aldeias. É de tal forma sabida a sua pontualidade, que, nestas três circunstâncias, os paroquianos vieram ao seu encontro para o procurar, convencidos que algo de grave tinha acontecido, para ele não chegar à hora prevista. Ao longo destes 50 anos de sacerdócio só não celebrou nas comunidades, que lhe estão atribuídas, um domingo, em que esteve gravemente doente. Calado Rodrigues

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