Meio Ambiente: Igreja Católica defende importância dos mares na cimeira «Nosso Oceano», em Bali

Coca-Cola, a Danone e a Inditex entre as multinacionais que vão reduzir o uso do plástico

Cidade do Vaticano, 30 out 2018 (Ecclesia) – O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Indonésia afirmou que os mares são “importantes para a Igreja Católica”, na cimeira ‘Nosso Oceano’, perante chefes de Estado, ministros e mais de dois mil delegados.

“A questão dos mares é importante para a Santa Sé e para a Igreja Católica”, realçou o arcebispo Piero Pioppo, na ilha de Bali, destacando diversas iniciativas como a assistência “oferecida aos marítimos”, o Apostolado do Mar, o apoio ao “desenvolvimento das comunidades pesqueiras e a proteção de seus direitos”.

O chefe da delegação da Santa Sé ao congresso destacou que o “interesse e as atividades” que envolvem os oceanos “aumentaram significativamente”: os fluxos migratórios, a exploração dos recursos marinhos, questões relacionadas com o comércio e o transporte marítimo.

Para o arcebispo, “não se deve limitar” uma visão dos oceanos enquadrada “unicamente pela tecnologia, pelas preocupações de segurança ou pela procura de lucros”.

D. Piero Pioppo referiu que as ameaças aos oceanos devem ser enfrentadas de forma “corajosa e adequada” e identificou que, muitas vezes, as causas estão na terra, com a “migração perigosa e forçada, o flagelo de várias formas de tráfico criminoso e poluição dos mares”.

“Os oceanos exigem a nossa atenção e uma colaboração voluntária para a implementação, por um lado, de uma abordagem interdisciplinar séria e, por outro lado, do princípio da subsidiariedade, envolvendo os contextos locais, nacionais e regionais, bem como internacional”, desenvolveu.

A Coca-Cola, a Danone e a Inditex são algumas das multinacionais que assinaram um acordo para reduzir o uso do plástico e incentivar a sua reciclagem na cimeira ‘Nosso Oceano’, que começou esta segunda-feira em Bali, na Indonésia.

O tratado ‘Compromisso global para a nova economia de plásticos’ foi subscrito por 250 entidades, incluindo governos, organizações não-governamentais e empresas, nomeadamente as que produzem 20 por cento dos plásticos das embalagens.

A iniciativa da Fundação norte-americana MacArthur, com a colaboração da ONU Meio Ambiente, pretende acabar com os “problemáticos e desnecessários” plásticos e que 100% das embalagens sejam reutilizáveis, recicladas ou orgânicas, em 2025.

A Organização das Nações Unidas alerta que, sem se adotar outras medidas, vai existir mais plástico do que peixes nos oceanos, em 2050; estima-se que, anualmente, cerca de oito toneladas de plástico tenham como destino os oceanos e muito do plástico é ingerido pelos animais marinhos, tornando-se parte da cadeia alimentar das pessoas.

O acordo foi assinado na presença do presidente indonésio, Joko Widodo, e de John Kerry, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos da América.

D. Piero Pioppo, núncio apostólico da Santa Sé na Indonésia, destacou que o país anfitrião da cimeira pela sua localização geográfica e história podem “testemunhar como as questões relacionadas aos oceanos são complexas e estão interligadas”.

Na intervenção, divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, o arcebispo italiano fez referências ao Papa Francisco e à sua atenção a esta temática, como na Encíclica ‘Laudato Si’ (2015): “Os oceanos recordam-nos a necessidade de educar para o pacto entre a humanidade e o meio ambiente”.

Já este ano, o Papa alertou “para a questão da água, elemento tão simples e precioso” na mensagem para o Dia Mundial da Criação (1 de setembro).

CB/OC

 

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