Medo e pouca abertura ao outro conduzem famílias a educação sectarista

P. Miguel Almeida, sj

Família cristã falha se não se baseia na denúncia de injustiças (dentro e fora), se não aceita abdicar do desejo de posse de bens materiais, se não transmite aos filhos a alegria de uma vida simples onde o próximo é alguém que se sabe amar.

A família é a primeira célula da comunidade humana. É ali que entramos na história humana. Da total dependência a todos os níveis, desde o mais embrionário ao mais complexo e subtil, todos nos vamos tecendo no grande tear da vida, através de interdependências e de laços afetivos que nos tornam autenticamente pessoas. Ninguém é pessoa sozinho. A autonomia pessoal, sendo um valor humano inalienável, está longe de ser o primeiro e o mais importante. É na relação com os outros que nos compreendemos, que nos vamos tornando nós próprios e que vamos delineando uma perspetiva específica do mundo e da vida. A identidade constrói-se primeiramente ao nível familiar e, só depois, a nível individual; a identidade do sujeito é comunitária antes de ser individual. Daqui decorre uma enorme responsabilidade para as famílias cristãs, seja na educação dos filhos, seja no modo prático como vivem (ou não) quotidianamente o evangelho.

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