Médio Oriente: Vaticano convida católicos a ajudar comunidades da Terra Santa, em risco de sobrevivência

Coleta de Sexta-feira Santa sublinha impacto da pandemia nos destinos de peregrinação

Foto: Patriarcado Latino de Jerusalém

Cidade do Vaticano, 02 abr 2021 (Ecclesia) – A Igreja Católica promove hoje a Coleta de Sexta-feira Santa, em favor dos católicos que vivem em Israel, Palestina e outros 11 territórios, particularmente atingidas pela falta de peregrinações por causa da pandemia.

“Em 2020 os cristãos daquelas terras sofreram um isolamento que os fez sentir ainda mais distantes, separados do contacto vital com os irmãos provenientes de vários países do mundo”, alerta o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), numa carta enviada aos bispos de todo o mundo.

O apelo em favor destas comunidades sublinha que muitas pessoas perderam o seu trabalho, devido à ausência de peregrinos, tendo dificuldade em “viver dignamente”.

Noutros países, a “persistência da guerra e das sanções agravaram os efeitos da pandemia”, acrescenta o colaborador do Papa.

A carta destaca a importância da ‘colecta pro Terra Sancta 2021’, no atual cenário.

“Se diminuir este pequeno gesto de solidariedade e de partilha (São Paulo e São Francisco o chamariam de “restituição”) será ainda mais difícil para tantos cristãos daquelas terras de resistir à tentação de deixar o próprio país, será difícil manter as paróquias na sua missão pastoral, e continuar a obra educativa através das escolas cristãs e o empenho social a favor dos pobres e dos que sofrem”, assinala o cardeal Sandri.

O apelo do Vaticano evoca, em particular, o sofrimento de “tantos deslocados e refugiados” que tiveram de deixar as suas casas por causa da guerra.

Esta recolha anual de donativos serve como principal fonte de sustento para os Lugares Santos e apoio às comunidades eclesiais do Médio Oriente.

O Papa Paulo VI, através da Exortação Apostólica ‘Nobis in Animal’ (25 de março de 1974), deu “um impulso decisivo” em favor da Terra Santa, refere a nota da Santa Sé.

O montante, que em 2020 se aproximou dos 10 milhões de dólares, permite desenvolver “atividades de solidariedade, a manutenção de estruturas pastorais, educacionais, assistenciais, de saúde e sociais”.

Os territórios que beneficiam desta coleta são Jerusalém, Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irão e Iraque.

Em 2020, por causa da pandemia, foi criado um fundo de emergência, de mais de meio milhão de dólares, para ajudar “os mais pobres” da região, financiando 303 projetos em 24 países sob a competência da Congregação para as Igrejas Orientais.

Frei Francesco Patton, custódio da Terra Santa, divulgou um vídeo para apelar à solidariedade das comunidades católicas.

“Os nossos esforços caritativos têm-se intensificado para atender às necessidades essenciais das populações colocadas à prova – tanto pela pandemia quanto pela guerra e também pela ausência de assistência social e sanitária. Tudo isso tem um custo que em parte sempre foi coberto pela Coleta da Sexta-feira Santa”, sublinha o religioso franciscano.

OC

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