Medicina está sujeita a demasiadas manipulações

O Papa considera que a medicina contemporânea está cada vez mais sujeita a manipulações e a tentativas de distorção da sua natureza especifica. A preocupação de Bento XVI foi manifestada numa mensagem enviada em seu nome pelo Cardeal Secretario de Estado, Tarcisio Bertone, aos participantes no encontro “comunicação e relacionalidade em medicina: novas perspectivas para o agir medico”. O Papa salienta a importância dos conteúdos da comunicação em medicina que “devem ser inspirados na verdade”. As novas perspectivas do agir medico devem portanto referir-se a uma capacidade comunicativa que fundamenta o ser humano acima daqueles valores fictícios que são cada vez mais impostos pela sociedade moderna, tais como a eficiência, a produtividade e a autonomia. É necessário descobrir novos caminhos para uma maior autenticidade das relações no mundo da medicina, numa visão de participação e solidariedade com a realidade sofredora do outro. Referindo-se ao Magistério da Igreja, Bento XVI afirma que seria um erro identificar na capacidade relacional e comunicativa o todo da pessoa humana, negando a quem não tem esta capacidade o valor intrínseco e objectivo que pertence á pessoa humana como tal. Tratar–se–ia – conclui – de uma lógica que tende a identificar a dignidade pessoal com a capacidade de comunicação verbal e explicita. É claro que com tais pressupostos não há espaço no mundo para quem, como o nascituro ou o moribundo, é um sujeito estruturalmente débil, que parece estar totalmente á mercê de outras pessoas e que sabe comunicar apenas mediante a linguagem muda de uma simbiose profunda de afectos.

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