Media: Redes sociais devem ser levadas a sério

Jornadas Nacionais promovidas pela Igreja Católica destacam transformação do jornalismo no mundo digital

Fátima, Santarém, 03 out 2013 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja disse hoje em Fátima que as redes sociais têm de ser vistas com seriedade pelos profissionais do setor, num tempo de mudança.

“O Facebook merece ser levado a sério, nomeadamente pela dimensão e número de utilizadores, pelos contactos que potencia”, exemplificou o cónego João Aguiar, durante as Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais, dedicadas ao tema ‘Comunicar no ambiente digital’.

Segundo este responsável, é necessária uma presença com “verdade e com simplicidade”: “Comuniquemos o que somos e o que percebemos”.

A mesa-redonda ‘Comunicação em rede: um novo ambiente profissional’ contou com a intervenção da jornalista Rita Marrafa de Carvalho (RTP), que destacou a “adaptação das redações”, nos últimos anos, face à transformação do jornalismo em algo “imediato”.

A repórter destacou a importância de levar a informação até às pessoas, nas redes sociais, recordando situações em que estas ultrapassaram os meios de comunicação tradicionais na divulgação de acontecimentos de relevo.

“As redes sociais são essenciais em determinadas circunstâncias em que os jornalistas não estão lá”, acrescentou.

Além da imediatez, Rita Marrafa de Carvalho destacou que o jornalismo digital permite a “interação”, também para “contar melhor” a história e “aumentar” o público.

A jornalista frisou, por outro lado, que cidadão comum difunde “informação”, mas não “notícias”, pedindo “cuidado com esta indefinição”.

Luís António Santos, docente da Universidade do Minho (UM), considerou por sua vez que o jornalismo online está aberto a “leituras novas”, num “ambiente de mudança”.

Entre as “mudanças irreversíveis”, o especialista falou no aumento “brutal” da quantidade de informação disponível, na alteração “instantânea” dessa informação e na “descentralização”

Manuel Pinto (UM) abordou o “poder de editar na rede”, com as possibilidades e limites das “novas vozes” que emergem num mundo em “crise-turbilhão”.

“O poder das redes leva por vezes a discursos eufóricos”, alertou, antes de falar na possibilidade de se estar a gerar “uma informação para ricos e outra informação para pobres”.

O responsável apelou a uma nova “alfabetização digital”, que não se limite a oferecer ferramentas, mas promova a “literacia informativa e mediática”.

OC

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