Media: Imprensa cristã busca «novas estratégias» de sobrevivência

Diversificação de conteúdos, formação profissional e fusão de títulos são medidas possíveis para responder à crise e à nova cultura digital

Fátima, Santarém, 08 mar 2013 (Ecclesia) – A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) está empenhada no desenvolvimento de “novas estratégias” que assegurem a sobrevivência das publicações diocesanas, posta em causa pela crise económica e pela revolução digital. 

Em declarações prestadas hoje em Fátima à Agência ECCLESIA, o presidente daquele organismo revelou que “conta com o apoio da Secretaria de Estado da Comunicação Social”, no sentido de ajudar a imprensa de inspiração cristã a “vencer as dificuldades” e a “dar um passo importante” rumo ao futuro. 

No final da assembleia-geral da AIC, que juntou na Casa do Carmo cerca de 40 membros da associação, o cónego António Salvador dos Santos mostrou-se convicto de que qualquer solução que seja implementada terá de ser “naturalmente complementada com as novas tecnologias”. 

Em causa está sobretudo a capacidade de cada publicação conseguir ser rentável e autossuficiente numa conjuntura de recessão, que fez diminuir as próprias receitas de publicidade, e num mundo da comunicação que está cada vez mais a utilizar o digital em detrimento do papel.

Para o presidente da mesa da assembleia-geral da AIC, as publicações impressas só conseguirão subsistir se forem capazes de “diversificar” conteúdos e “linguagens” e se “aprenderem a migrar progressivamente para outras plataformas”. 

“Não quer dizer que abandonem o suporte tradicional, mas são formas complementares de estar. Até pode acontecer que tenham uma informação diariamente atualizada, independentemente da periodicidade com que chegam a casa dos consumidores”, realça o cónego João Aguiar. 

Atualmente à frente do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, o sacerdote considera ainda indispensável que os títulos cristãos apostem cada vez mais em “jornalistas profissionais e católicos”. 

Esta medida permitirá não só elevar o grau de competência nos órgãos de comunicação cristãos, como também será essencial para assegurar o “tratamento” adequado “dos conteúdos a apresentar aos leitores”, sustenta aquele responsável, aludindo à especificidade da comunicação religiosa. 

O cónego João Aguiar entende que a AIC deve ter um papel proactivo em todas estas questões e chamar também a si o papel de conselheira e mediadora, quando em causa esteja a “sustentabilidade” de algum dos seus associados. 

A “fusão de títulos”, se duas ou mais publicações não forem capazes de “suportar os seus próprios meios”, deve ser uma opção a considerar, exemplifica. 

 A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) é uma pessoa coletiva que, ao abrigo e em conformidade com o disposto no Código Civil, congrega os órgãos de Comunicação Social – imprensa escrita, com periodicidade regular, que, dependentes ou não da hierarquia, se apresentam ao público como promotores dos valores humanos e cristãos à luz do Evangelho.

JCP

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