Media: Igreja traz olhar humano à cultura digital, diz responsável da Santa Sé

«Silêncio e Palavra: caminho de evangelização» é o tema escolhido para o Dia Mundial das Comunicações Sociais-2012

Fátima, Santarém, 29 set 2011 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS) disse hoje em Fátima que o Papa e a Igreja Católica se preocupam com o lado “humano” e não apenas tecnológico da nova “cultura digital”.

D. Claudio Celli falava à Agência ECCLESIA sobre o tema escolhido por Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações 2012, «Silêncio e Palavra: caminho de evangelização», divulgado esta manhã.

“Nas outras mensagens, o Papa tocou de forma atenta, precisa, o tema das novas tecnologias e da cultura digital, mas lembrando continuamente o tema humano, porque a comunicação é um homem que se dirige a outro homem ou então à comunidade de homens”, indicou o prelado.

Este responsável admite que o diálogo com “uma cultura digital originada pelas novas tecnologias” pode ser um dos “pontos mais delicados” de compreender, por parte da Igreja e até dos “meios de comunicação social”, face a uma “mudança de estilo de vida”.

“As novas tecnologias, hoje, não são apenas instrumentos de comunicação, tornaram-se ambientes de vida”, assinala o presidente do CPCS.

Após ter escrito sobre a «era digital», a «pastoral no mundo digital» e as «novas tecnologias» Bento XVI opta agora por uma temática que, segundo o arcebispo italiano, “não sai propriamente” do âmbito destas preocupações.

“O Papa quer tocar um tema muito delicado, que é o da escuta, o silêncio que não é negação de vida, isolamento, abstração da realidade, mas uma atitude positiva, de disponibilidade, porque o diálogo tem necessidade não só de alguém que fala, mas também de alguém que escuta”, refere.

Neste contexto, o arcebispo italiano destaca o “valor positivo do silêncio”, como forma de permitir “a escuta do outro, do Outro [Deus]”.

“Na nossa sociedade, estamos submersos por vozes e as pessoas não sabem discernir qual é a voz que conta, qual é a palavra que conta para elas”, declara D. Claudio Celli.

Em comunicado divulgado pelo Vaticano, o CPCS sublinha que o silêncio representa, no pensamento do Papa, “não só um certo contrapeso numa sociedade marcada pelo incessante e contínuo fluxo informativo”, mas também “um elemento essencial para a sua integração”, porque “favorece o discernimento e o aprofundamento”.

A mensagem do Papa para o 46.º Dia Mundial das Comunicações, celebrado a 20 de maio de 2012, vai ser conhecido no próximo dia 24 de janeiro, festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

O próximo ano vai contar com a realização de um Sínodo de Bispos, no Vaticano, que terá como tema «A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, pelo que o presidente do CPCS vê uma intencionalidade do Papa em ligar os dois acontecimentos.

“Evangelizar é anunciar a palavra, no contexto de hoje, ao homem de hoje, o que exige escuta, não só de quem recebe a mensagem, mas também de quem a propõe”, observa D. Claudio Celli, pedindo atenção aos “grandes temas da solidão, das dificuldades da vida, da falta de sentido, do afastamento dos grandes valores”.

O presidente do CPCS, organismo da Santa Sé, encontra-se em Portugal para participar nas Jornadas de Comunicação Social, promovidas pela Igreja Católica entre esta quinta e sexta-feira, sobre o tema «Era Digital: Revolução na cultura e na sociedade».

Os trabalhos têm transmissão em direto no portal Sapo, que disponibiliza uma página em tempo real no seu site de vídeos, e em http://www.ecclesia.pt/jornadas2011/

OC

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