D. José Alves antecipou Dia Mundial das Comunicações Sociais
Évora, 04 mai 2016 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou hoje que um dos “maiores problemas” da sociedade é “encontrar quem saiba escutar”, numa conferência de imprensa promovida no âmbito do 50.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
“Incentiva-se a comunicação mas esquece-se a escuta e sem escuta autêntica não há verdadeira comunicação interpessoal. Produz-se muita informação unidirecional e muitos monólogos, mas são poucos os diálogos”, disse D. José Alves aos jornalistas.
Numa comunicação enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explicou, a partir da reflexão do Papa Francisco para o 50.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que só dialoga quem sabe escutar e “não é fácil” uma vez que “exige que se dê atenção ao outro”, que se olhe com “amor e misericórdia”.
O arcebispo de Évora destacou que foi a partir “do amor” que “vence o isolamento e por natureza é comunicação” que o Papa iniciou a sua reflexão: “Ajuda a sair dos círculos viciosos em que alguns se deixam enclausurar, alarga a comunhão, promove a inclusão e estabelece pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos e os povos”.
D. José Alves assinalou também que a comunicação “é importante” mas “nem sempre” consegue aproximar as pessoas, podendo até contribuir “para o afastamento e levar ao isolamento”, se existir um “recurso abusivo” aos meios de comunicação virtual.
Segundo o bispo diocesano a “tecnologia é fria” e a comunicação que “não é feita só de informação, à base da razão” precisa da emoção, do “calor que só o coração humano” pode garantir e pelas redes sociais “não passa a emoção, não passa a misericórdia”.
As redes sociais, acrescentou o prelado, tanto podem unir como separar, promover a união como a divisão, “contribuir para a relação como para o isolamento” que é um dos dramas da sociedade que o Papa “gostaria de ver resolvido”.
O arcebispo de Évora indica que Francisco promove um novo modelo de sociedade “enraizado na misericórdia” idealizando a sociedade como “uma casa comum, uma família”.
No Jubileu extraordinário que a Igreja Católica está a viver até 20 de novembro, a mensagem do Papa Francisco tem como tema ‘Comunicação e Misericórdia: Um Encontro Fecundo’ e o arcebispo de Évora referiu que a comunicação “imbuída” da misericórdia “não alimenta a desconfiança nem a intriga”.
“A comunicação social, sendo dotada de um tão grande poder e eficácia, nunca deveria ser utilizada para promover conflitos ou ocultar injustiças”, alerta D. José Alves.
Segundo o arcebispo de Évora as 50 mensagens publicadas pelos Papas Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, constituem um “valioso corpo doutrinal” e documentam a extraordinária evolução tecnológica dos últimos decénios.
O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Igreja Católica, vai assinalar esta quinta-feira o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2016 (8 de maio) com a publicação de um livro que reúne as mensagens papais e o lançamento do 'Prémio de Jornalismo D. Manuel Falcão’, a partir das 16h00, no Museu de São Roque, em Lisboa.
CB/OC