Nelson Ribeiro projeta Jornadas Nacionais de Comunicação Social e destaca interesse pela forma como «fenómeno religioso é comunicado no espaço público»
Lisboa, 19 set 2021 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP) alertou para o impacto da “desinformação” na sociedade, particularmente visível na pandemia de Covid-19.
“Com a pandemia, o fenómeno da desinformação assumiu uma centralidade ainda maior em muitos países. Felizmente não é o caso de Portugal, mas há noutros países taxas muito elevadas da população a recusar ser vacinada porque estão a consumir histórias falsas, sem fundamento científico”, alertou Nelson Ribeiro, em declarações à Agência ECCLESIA.
O especialista em comunicação, media e jornalismo, explica que a desinformação está a “colocar em causa a vida” dessas pessoas que recusam ser vacinadas. mas também a “sociedade como um todo”, porque se a percentagem de pessoas vacinadas é baixa potencia-se “um risco coletivo maior”.
Nelson Ribeiro observa que estes fenómenos de desinformação “não são novos, já existiam antes do digital”, mas agora “propagam-se a uma velocidade muito maior”, pelo que é preciso “alertar os cidadãos para a literacia mediática”.
“Os estudos mais recentes mostram que as chamadas notícias falsas, as informações falsas, circulam muito mais rapidamente do que as verdadeiras, são construídas para serem mais apelativas, mais verdadeiras, com os ingredientes para chamar a atenção”, assinalou, referindo que muitas vezes as pessoas partilham informação falsa “de forma inconsciente”.
Segundo o diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP, uma lição que a pandemia Covid-19 traz é perceber que a desinformação “não coloca em causa apenas as instituições democráticas”, mas “tem o potencial de colocar em causa a saúde pública, coletiva”.
‘Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são’ é a frase de Francisco que dá tema à conferência do professor Nelson Ribeiro no encerramento das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2021, promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS).
‘Zoom in/Zoom out. Confinamentos e comunicação’, é o tema das jornadas que decorrem entre as 14h30 desta quinta-feira e as 12h30, do dia seguinte, com participação presencial e online.
“As jornadas são um marco muito importante do calendário da vida de todos os meios da comunicação da Igreja, mas devem ser também um marco na agenda de todas as pessoas que se interessam pela forma como o fenómeno religioso é comunicado no espaço público”, salientou Nelson Ribeiro.
O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP considera “muito positivo” que o SNCS organize esta iniciativa e “coloque as pessoas a comunicar e a trocar experiências.
“É muitíssimo relevante, porque aprendemos através da troca de experiências e da discussão de ideias com os outros, é fundamental. Vemos isso também no ensino, é muitíssimo importante esse debate”, realçou o especialista em comunicação, media e jornalismo.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.
CB/OC