Media: Bispo do Porto destaca mudança «qualitativa» trazida pelas novas tecnologias

Revolução digital em destaque no arranque das Jornadas de Comunicação Social, em Fátima

Fátima, Santarém, 29 set 2011 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, bispo do Porto, destacou hoje em Fátima a mudança “qualitativa” provocada pela importância crescente das novas tecnologias da comunicação.

“O cariz revolucionário da atual mudança advém de não ser apenas quantitativa, mais do mesmo, mas realmente qualitativa, outra coisa já”, disse.

O prelado falava diante de mais de uma centena de participantes nas Jornadas de Comunicação Social 2011, promovidas pela Igreja Católica, entre quinta e sexta-feira, tendo como tema «Era digital: revolução na cultura e na sociedade».

“Revolução significa, até etimologicamente, recomeço, retorno ao ponto de partida”, disse D. Manuel Clemente, para quem, isso é “algo quase cíclico” na história da humanidade, procurando “outra maneira de viver e conviver”

O também presidente da Comissão Episcopal responsável pelo acompanhamento das Comunicações Sociais apresentou a tecnologia moderna como “fator determinante” das mudanças culturais e sociais em curso.

“Compor um jornal e proporcioná-lo ao leitor implicava tempo e espaço, produtor e consumidor eram distintos e sucessivos”, lembrou, antes de frisar que “quem está hoje online e em rede, vive facilmente os dois papéis”.

“As novas tecnologias integram as plateias em palcos unificados”, precisou o bispo do Porto.

Para este responsável, há um potencial de incremento da “capacidade relacional” do ser humano por força do desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação.

A introdução de D. Manuel Clemente antecedeu a primeira conferência destas jornadas, sobre o tema «Da Revolução industrial à Revolução digital».

Fernando Ilharco, da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, considerou que a revolução tecnológica está a criar um novo ambiente, “um ambiente informacional”, como “extensão” de cada um.

O especialista sublinhou a criação de uma capacidade de “contacto perpétuo, constante” e de um tipo de “experiência grupal” que leva, por exemplo, a uma influência dos tarifários das redes de telemóvel na escolha do grupo de amigos, num tempo em que “a comunicação tende toda ela a ser mediada por tecnologia”.

“Estas tecnologias mudam o tipo de ser que somos com os outros” por mudarem o tipo de comunicação, acrescentou.

Fernando Ilharco afirmou que “o face a face está a ser substituído pela comunicação mediada” e que, em última instância, “quem mais comunica digitalmente não comunica face a face com ninguém”.

Para o professor universitário, “o ambiente da sociedade atual, digital, é o ambiente da audição”, que capta vários estímulos ao mesmo tempo.

“A qualquer momento, vinda de todo o lado, a relevância chama por nós”, observou.

O conferencista assinalou um “regresso a uma sociedade em que a escrita não é o principal meio de comunicação”, numa espécie de “retribalização” da sociedade.

Este especialista disse ainda que “a Igreja está a adaptar-se com uma facilidade interessante” a este novo mundo digital.

As jornadas, organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja trouxeram a Portugal o responsável do Vaticano para esta área, D. Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais.

Os trabalhos têm transmissão em direto no portal Sapo, que disponibiliza uma página em tempo real no seu site de vídeos, e em http://www.ecclesia.pt/jornadas2011/

OC

 

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