D. José Alves apresentou mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais
Évora, 26 mai 2017 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou hoje que se a comunicação social “privilegia as más notícias” presta um “mau serviço à sociedade” transmitindo a “ideia incompleta ou até tendenciosa da realidade”.
“[Comunicação social] se omite os bons modelos comportamentais, não contribui para uma correta aprendizagem dos valores essenciais à convivência pacífica e cooperante entre os indivíduos, os grupos e os povos”, disse D. José Alves na apresentação a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Numa conferência de imprensa organizada pelo Departamento de Comunicação Social da Arquidiocese de Évora e transmitida em direto nas redes sociais, o bispo diocesano afirmou aos jornalistas que a “míngua dos valores” é hoje considerada como “causa de muitos problemas existentes na nossa sociedade”.
“No entanto, tem falta de coragem, competência e sabedoria para inverter a situação”, observou na sede do jornal diocesano ‘A Defesa’, assegurando que os jornalistas têm dado provas suficientes que “são muito corajosos” mas é preciso ver “temas e assuntos a que dão prioridade”.
D. José Alves explicou que a mensagem do Papa Francisco está em consonância com o seu estilo pastoral e vai ao encontro dos “dramas da humanidade” não para transformar em espetáculo mas “envolver no amor de pai misericordioso”.
Segundo o bispo diocesano, em quatro anos de pontificado o Papa argentino tem dado “provas eloquentes” que é um homem “de convicções, de coragem e sem medo”, e mensagem para este domingo “dá mais uma vez belo testemunho da sua ousadia pastoral”.
“Perante a opinião generalizada que a boa notícia não desperta atenção, deixando de ser notícia, o Papa exorta a que procuremos um novo estilo de comunicação aberto e criativo, que não conceda ao mal o papel de protagonista”, desenvolveu.
O arcebispo de Évora realça que Francisco convida os profissionais da comunicação social a “adotar novo estilo de comunicação construtiva”, capaz de romper o “ciclo vicioso da angustia e estancar a espiral do medo” dando prioridade à boa notícia portadora de esperança e confiança.
Num momento aberto às perguntas dos jornalistas, D. José Alves explicou que “todos os problemas têm um lado bom” que pode não ser fácil de ver de imediato e frisou que a mensagem do Papa “não censura dar a conhecer a realidade” mas a exploração dos “sentimentos das pessoas até exaustão, quando se quer ver as lágrimas de toda a gente”.
Sobre o caso concreto do ataque aos cristãos coptas no Egito, o bispo diocesano disse que a verdade tem de ser “dada a conhecer” e que depois “depende da interpretação” porque existe sempre a interpretação dos meios de comunicação social.
“Nessas zonas há mau querer, ódio aos cristãos, mas a questão é que morrem pessoas que não fizeram mal ninguém”, acrescentou, dando também como o exemplo o ataque terrorista num concerto em Inglaterra.
“A ética vai fazer a diferença, a ajudar a encontrar os caminhos corretos”, observou D. José Alves.
A mensagem ‘Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo’ do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais foi publicada na festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).
O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes, este ano no dia 28 de maio.
CB/PR