Pedido de celebração na Igreja Católica implica percurso de fé
Fátima, Santarém, 12 mar 2012 (Ecclesia) – Maria do Rosário Carneiro considera que a crise pode “ser interpelante na redescoberta da capacidade de relação interpessoal”.
As declarações à ECCLESIA da ex-deputada independente eleita pelo Partido Socialista foram feitas durante o encontro-peregrinação dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM) realizado entre sábado e domingo, em Fátima.
Para a conferencista, que abordou o tema ‘Da união de facto ao sacramento do matrimónio’ numa perspetiva sociológica, quando um casal pede o casamento pela Igreja é sinal que fez “um percurso de fé”.
“Os jovens que vivem em união de facto e que depois vão para os cursos de CPM decidiram assumir um compromisso, um com o outro”, reforçou.
Segundo Rosário Carneiro, a situação de instabilidade do mercado de trabalho “não está muito relacionada para predisposição de constituir família”, aliás “até pode ser uma nesga de salvaguarda e de sobrevivência”.
Perante os dados recente sobre a diminuição de divórcios em Portugal, a oradora sublinha que o “número carece de ser analisado”.
As dificuldades em que vivem as pessoas e as famílias “leva-as a ponderar de outra forma a resolução de uma perspetiva estritamente individual das suas necessidades”, visto que “os constrangimentos contemporâneos podem ser um fator de promoção na recuperação de competências essenciais de partilha comum”.
Neste contexto e segundo Paulo Henriques, da Federação Portuguesa dos CPM, “cada vez aparecem mais noivos que vivem em união de facto ou casados pelo civil que decidiram celebrar o sacramento do matrimónio”.
Nos CPM, os casais procuram “transmitir a experiência de vida” acumulada ao longo dos anos, apesar de, como alerta este responsável, não se considerarem “técnicos”.
PTE/LFS/OC