Matosinhos: «Senhora da Hora é a primeira paróquia do século XX» – D. Carlos Azevedo

Paroquianos foram desafiados à «grande responsabilidade» de terem um «santo por fundador»

Matosinhos, 23 mai 2018 (Ecclesia) – O bispo D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício para a Cultura (Santa Sé), esteve na Paróquia de Nossa Senhora da Hora, em Matosinhos, Diocese do Porto, onde recordou a criação dessa comunidade centenária por D. António Barroso.

No comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o pároco de Nossa Senhora da Hora, padre Amaro Gonçalo Lopes, informa que convidou o bispo português a “descrever o perfil humano e apostólico” de D. António Barroso que criou a respetiva comunidade e cujo centenário da morte se assinala a 31 de agosto.

A Paróquia da Senhora da Hora, em Matosinhos, na Diocese do Porto, que já é centenária foi criada a 25 de abril de 1918.

“Parabéns pelos 100 anos e não tenhais medo de ser cristãos ousados nesta hora da história. Grande bispo vos gerou. Assumi a grande responsabilidade de terdes um santo por fundador”, disse D. Carlos Azevedo.

O orador, na cripta da igreja paroquial, destacou que a “Senhora da Hora é a primeira paróquia do século XX”.

Na conferência intitulada ‘Dom António Barroso e a fundação da Paróquia’, o delegado do Conselho Pontifício para a Cultura (Santa Sé) afirmou que se o então bispo do Porto “vivesse hoje impulsionaria a necessidade de pôr em marcha uma pastoral diferente, capaz de acompanhar as rapidíssimas mudanças em curso na sociedade”.

“A pastoral urbana ainda transpõe para a cidade o modelo rural. A cidade ainda aparece como agregado de aldeias, e não como realidade única e orgânica”, acrescentou D. Carlos Azevedo.

O bispo português que trabalha na Santa Sé explicou que para se reconfigurar a paróquia urbana é preciso acolhimento, presença solidária e proximidade humilde.

“Hoje uma igreja na cidade é um oásis de silêncio, lugar de pausa, de amadurecimento na fé, marcado pelo belo (exposições, concertos, criações culturais), pelo bem (acolhimento de emigrantes, pessoas em precariedade) e pelo verdadeiro (formação, conferências, debates, troca de ideias)”, desenvolveu.

Neste contexto, desafiou a Paróquia de Nossa Senhora da Hora “a promover a aproximação espiritual e a cultivar o encontro”, uma vez que as paróquias são chamadas a “procurar e cuidar o encontro direto, físico de pessoas que estão longe da paróquia”.

Sobre o venerável D. António Barroso, com processo de canonização em curso desde 1992, D. Carlos Azevedo realçou a sua atenção à realidade e colocou-o entre os mais notáveis da história portuguesa: O bispo nomeado para o Porto em 1899 foi missionário no Congo (1880), serviu o episcopado moçambicano (1891), e esteve também em Meliapor, Índia (1898).

No comunicado o pároco de Nossa Senhora da Hora, padre Amaro Gonçalo Lopes, informa ainda que o próximo evento cultural, com que encerram as comemorações do Centenário da paróquia, é um concerto, pelo Coro da Sé, a 9 de junho.

CB

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