Mato Grosso: A Igreja denuncia…

Relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre Fomos conhecer o Mato Grosso, contactar a Igreja local, conhecer as suas condições de trabalho, as suas necessidades e preocupações, avaliar a nossa ajuda e perceber como apoiar no futuro! Seria impossível visitarmos todas as dioceses do Mato Grosso, um Estado brasileiro dez vezes maior que Portugal, mas falámos com quase todos os bispos. Grande parte da economia do Estado está voltada para as actividades rurais, como a criação de gado e as plantações de soja, algodão e cana-de-açúcar. Estas culturas são feitas de forma excessiva e desordenada causando grandes prejuízos. A falta de estradas e a pobreza levam a que muitos especulem sobre as terras. Nos anos 70, com o ditador General Medici, muitas famílias deslocaram-se para este Estado tentando conquistar o seu próprio pedaço de terra para plantar. Com os garimpeiros, após a descoberta de diamantes na região, acorreram ainda outros aventureiros, tendo começado o negócio de terras e homens! Encontramos hoje grandes fazendas escondidas na floresta com… escravos! Como a região é tão grande e o governo não consegue controlar, existe uma enorme corrupção entre muitos políticos, especulação de toda a ordem, produção de droga e narcotráfico! Há famílias que continuam a lutar apesar da falta de luz, dos custos elevados dos combustíveis e materiais de construção, da violência e constantes perigos. O desemprego agravou-se na região e alguns estão a migrar para novos centros de colonização, situados ainda mais ao norte. Aí, as doenças (como por exemplo a malária, que é muito comum), as distâncias enormes e a falta de uma assistência médica suficiente deixam muitos migrantes morrer antes de poderem ser socorridos. Esta situação de pobreza causa maior violência levando por vezes ao linchamento: a “lei da bala” é muito comum e a própria polícia vê-se obrigada a trabalhar com os criminosos a fim de conseguir alguns resultados. A Igreja quer acompanhar os migrantes, na sua maioria cristãos. Para isto, tem que investir na pastoral vocacional e na organização das várias paróquias e congregações religiosas. O crescimento demográfico numa zona tão grande exige a criação de novas paróquias, para que os migrantes tenham outras opções para além de aderir às seitas ou cair no círculo vicioso do álcool, das drogas e da violência. Estas distâncias enormes e péssimas condições das estradas obrigam a que os missionários tenham veículos para se deslocar e a possibilidade da sua manutenção (por isso, a Ajuda à Igreja que Sofre prometeu dois veículos para a Diocese de Juína). A migração neste Estado é a causa do fracasso de muitos casamentos, deixando famílias separadas e crianças meias órfãs. A Igreja local oferece cursos para namorados e noivos, além de acompanhar espiritualmente as famílias. Outra prioridade da Igreja é a catequese, a liturgia e a pastoral da juventude. Esta pastoral visa a motivação dos jovens não só para procurarem emprego mas também para se integrarem melhor nas comunidades, desempenhando funções na catequese ou em outros grupos pastorais. Além destas áreas fundamentais, estão ainda a dar-se passos para a Igreja Católica ter voz na rádio e televisão, aumentar a presença nas universidades e, ainda, desenvolver a Pastoral do Menor, a Pastoral da Criança, a Pastoral da Terra e dos Migrantes. A Igreja mato-grossense, ainda hoje, sofre porque faltam padres. Mas, também com a nossa ajuda, a situação está a mudar com a criação do Centro de Estudos Teológicos e Filosóficos, após um apelo do Papa João Paulo II. Hoje, este Centro forma o clero de nove de um total de dez dioceses. Devido a este grande aumento das vocações sacerdotais, este ano, só no seminário de Juína entraram mais de 20 jovens e nas outras dioceses o número de seminaristas também aumentou bastante. E a Ajuda à Igreja que Sofre apoiou a construção dos seminários de várias dioceses. Mias informação em www.fundacao-ais.pt Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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