Matilde Sousa Franco lamenta deficit de católicos no Parlamento

Deputada socialista denuncia pressões nas «questões fracturantes»

Matilde de Sousa Franco denunciou pressões da bancada socialista sobre a sua posição em questões fracturantes debatidas na Assembleia da República. A sua oposição à legalização do aborto e à lei do divórcio e a sua oposição aberta à forma como está a ser debatida a questão da educação sexual e da distribuição gratuita de preservativos nas escolas provocam desagrado no Partido Socialista, afirmou a deputada da Assembleia da República na abertura das XXI Jornadas Teológicas, a decorrer em Braga, que analisam este ano a relação Igreja-Estado.

A deputada católica lamentou que a Assembleia da República tenha um déficit de representação de católicos “em número e em pessoas que agem como tal”, face ao número de portugueses que se assumem católicos. Matilde Sousa Franco, recordou o exemplo de Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico convertido ao catolicismo, para referir que “qualquer deputado deverá assumir as suas convicções religiosas”.

A deputada apresentou-se como “militante católica”, “historiadora” e “política temporária”, dando conta que não será candidata pelo PS às próximas eleições legislativas.

“Sou cristã católica, fazendo questão de manter o compromisso que assumi com Nossa Senhora, de agir de acordo com os princípios cristãos, em coerência com a minha consciência e honrando o compromisso que assumi com o PS”.

Matilde Sousa Franco denunciou ainda, na sua exposição, o “carreirismo político” dos deputados parlamentares que estão “apenas preocupados em manterem-se na política a todo o custo”. A viúva de Sousa Franco vê-se no Parlamento como “uma voz solitária” que procura estabelecer “pontes com outros deputados”, na defesa da Doutrina Social da Igreja, particularmente a protecção dos mais fracos, dos trabalhadores e das cooperativas.

Para a deputada socialista, a educação sexual nas escolas deverá existir, embora não concorde com a forma como está a ser trabalhada a questão, referindo que esta disciplina deveria englobar temas de cidadania, saúde, sexualidade, não violência e respeito pela natureza.

As XXI Jornadas Teológicas terminam esta Quinta-feira com uma mesa redonda sobre «Missão da Igreja na sociedade: que futuro».

Redacção/Diário do Minho

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