«Mater Ecclesiae» conquista segunda edição da «Clericus Cup»

Segunda edição da «Clericus Cup» contou com um Rui Costa beneditino O conjunto do Colégio romano Mater Ecclesiae conquistou a segunda edição da “Clericus Cup” ao vencer na final os favoritos e campeões em título do Redemptoris Mater, por 2-1. Os golos foram marcados na segunda parte. Ao todo, realizaram-se 63 jogos neste campeonato de futebol que reuniu padres e seminaristas de Roma. Mais de 380 jogadores de 71 países, incluindo Portugal, defrontaram-se ao longo dos últimos meses numa iniciativa promovida pelo Centro Desportivo Italiano (CSI), organismo católico, e patrocinada pelo Conselho Pontifício para os Leigos, do Vaticano, e o Comité Olímpico Italiano (CONI). Não são profissionais nem mediáticos como as estrelas de futebol, mas também marcam golos e vivem a paixão deste desporto. Na recta final da «Clericus Cup», a Agência ECCLESIA falou com «o Rui Costa de Santo Anselmo», o único português que participou na segunda edição deste campeonato de futebol entre padres e seminaristas a estudar em Roma. Este monge beneditino do Mosteiro de Singeverga não chegou à final, mas trata a bola por tu. “Com 33 anos estou em final de carreira” – disse o Pe. Bernardino Costa. Joga futebol desde miúdo – “com os meus colegas na estrada” – e depois de entrar no Seminário do Porto “continuei a praticar este jogo”. E completa: “foi a época mais bonita”. Depois de oito anos naquela instituição, Bernardino Costa descobriu que a sua vocação passava pelos seguidores de S. Bento. Foi para o Mosteiro de Singeverga (perto de Santo Tirso), mas não perdeu o «bichinho» da bola. “Comecei a jogar com os mais novos e as pessoas vizinhas do mosteiro” – disse. Actualmente, está a estudar em Roma, em Santo Anselmo (Casa do Abade Primaz), com mais de cem colegas. “Nem todos são beneditinos” – salienta. E adianta: “como há falta de vocações na Europa tivemos de abrir a casa aos diocesanos e a cristãos do Oriente”. Com um campo de futebol na residência e a força da juventude estavam encontrados os ingredientes para umas partidas. “Jogamos todos os sábados” – reconheceu este monge beneditino. Depois dos treinos semanais, “resolvemos participar neste campeonato (Clericus Cup) que é organizada pelo Cardeal Bertone e pelo Centro Desportivo Italiano (CSI)”. Passeou a sua classe pelo relvados italianos e ainda “têm uma feliz memória deste jogador português de nome Rui Costa”. Associaram o nome «Costa» e o Pe. Bernardino ficou conhecido neste torneio como «o Rui Costa de Santo Anselmo». Será apenas o nome? O monge beneditino confessa: “a posição que eu jogava no campo…”. Com a humildade que o caracteriza, o monge «Rui Costa» sublinha que o colega avançado – padre de Barcelona – “foi o sacerdote que eu vi jogar melhor na minha vida”. E completa: “jogou nas camadas jovens do Barcelona”. O padre «Rui Costa» fala do jogador Rui Costa. “Deixou saudades em Itália devido à personalidade e visão de jogo”. E completa: “a Fiorentina fez aquelas grandes épocas graças a ele e ao Batistuta”. Sendo natural de uma localidade próxima de Guimarães, o Pe. Bernardino Costa confessa que gosta muito do Vitória de Guimarães, mas “dos grandes preferia não dizer”. A equipa do Colégio de Santo Anselmo não foi apurada para a final. «Rui Costa» explica as razões: “uma coisa é jogarmos num campo grande e outra é jogarmos num campo pequeno”. A ingenuidade saiu cara… “pensávamos que era jogar futebol de salão”. “Não estávamos preparados para jogar num campo grande”. Foram eliminados, mas os adversários reconheceram “que a nossa equipa devia estar a disputar o terceiro e o quarto lugar”. Os jornalistas que assistiram aos jogos fizeram “criticas muito boas sobre nós”. Depois de duas derrotas iniciais – “com equipas inferiores a nós” – não conseguiram seguir em frente. “Perdemos os dois primeiros jogos por 2-1” – frisou o monge beneditino. Depois do impacto inicial começaram a «carburar» futebolisticamente e ganharam às melhores equipas. “Começamos a perceber a dinâmica de jogar num campo grande” e “depois ganhámos às outras equipas”. Formada por elementos de 15 nações, o Colégio de Santo Anselmo irá participar também no próximo ano, mas sem o «Rui Costa». Arrumará as botas para estes torneios e jogará apenas “na paz do meu mosteiro”. O Pe. Bernardino Costa salienta que o «fair play» marcou este torneio. Apesar de terem existido “algumas entradas mais ríspidas” – finalizou.

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