Mártir do diálogo islâmico-cristão

D. Pierre Claverie, bispo assassinado na Argélia em 1996, deixou com sua vida dois caminhos importantes para o diálogo entre muçulmanos e cristãos: cordialidade e realismo, constata um novo livro. A obra, dedicada ao bispo de Orã, foi escrita por Fr. Jean-Jacques Pérennès, OP, professor do Instituto de Estudos do Cairo, responsável pelos Dominicanos que vivem nos países árabes. Durante dez anos ele esteve ao lado de D. Claverie. O livro intitula-se «Bispo entre os muçulmanos, Pierre Claverie, mártir na Argélia», («Vescovo tra i musulmani, Pierre Claverie, martire in Argélia», Città Nuova, pp. 396). O volume foi apresentado no dia 18 de Novembro no centro cultural da embaixada francesa na Santa Sé, com a participação do autor; do arcebispo Michael L. Fitzgerald, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, e de Vincent Aucante, director do Centro anfitrião. Ao tomar a palavra, D. Fitzgerald reconheceu que «todas as qualidades enumeradas sobre o papel de um bispo são encontradas certamente em Pierre Claverie, em especial a amizade. Podemos dizer que Pierre levava consigo a amizade. Era amigo de todos, e sabemos como é difícil a situação argelina». «Foi um exemplo cristão, amava os membros da sua família natural e da sua família religiosa, uma amizade, esta última, ligada ao trabalho profissional e ao seu ministério pastoral», acrescentou o prelado britânico. Pierre Claverie, nascido em Argel, em 1938, no bairro de Bab el-Oued, a que ele mesmo chamava a «bolha colonial», foi assassinado com uma bomba a 1 de Agosto de 1996. O Dominicano, que tinha dedicado toda sua vida a favor do diálogo entre muçulmanos e cristãos, tinha um profundo conhecimento do Islão e com frequência era consultado nesta matéria pelos próprios muçulmanos.

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