Marrocos: «Fase de reconstrução levará meses ou talvez anos», assinala arcebispo de Rabat

Cardeal Cristóbal López, presidente da Cáritas, também pede solidariedade com a Líbia

Cidade do Vaticano, 13 set 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Rabat e presidente da Cáritas de Marrocos pede que continue o apoio ao país, atingido na sexta-feira por um sismo, porque a “fase de reconstrução levará meses ou até anos”, manifestando também a sua proximidade à Líbia.

“Agradeço sinceramente às muitas pessoas que demonstraram a sua solidariedade. Encorajamos a continuar apoiando-nos. A fase de reconstrução levará meses ou talvez até anos”, disse o cardeal Cristóbal López Romero, em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pela Cáritas Internacional.

O sismo que atingiu Marrocos, na noite de sexta-feira, provocou danos generalizados na região de Marraquexe, o epicentro registou-se a 63 quilómetros a sudoeste dessa cidade, na localidade de Ighil, atingiu uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos, e foi sentido em Portugal e Espanha.

O arcebispo de Rabat explica que precisam de ajuda humanitária as “populações pequenas, mas muitas, e numa vasta extensão de território”, localizadas em zonas de montanha que “já eram de difícil acesso” mas, agora, “são ainda mais difíceis de alcançar”, com a destruição das estradas e as dificuldades causadas pelo terramoto.

Segundo D. Cristóbal López Romero, que é também o presidente da Cáritas Marrocos, a organização católica continua a ajudar à população da cidade de Amizmiz, uma das zonas mais afetadas pelo terramoto, e de algumas aldeias da zona montanhosa circundante, com diversos bens de primeira necessidade, como geradores, alimentos, água potável, roupas e medicamentos, e estão a tentar encontrar tendas que sejam capazes de proteger as pessoas do frio da noite e resistir a longos períodos de tempo.

“Acima de tudo, penso que eles vão precisar de pessoas que os apoiem, porque psicológica e espiritualmente estão muito afetados”, indicou, salientando a necessidade de coordenar a ajuda no terreno, onde está o “Governo marroquino, que disponibilizou o exército, empresas, camiões de transporte, ambulâncias, e as forças dos países autorizados”.

“Há uma efusão de solidariedade e de empenhamento. Muitas organizações da sociedade civil e o governo estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para ajudar estas pessoas afetadas. Nós também pertencemos à comunidade global e temos de fazer parte deste todo, que tem de ser coordenado”, acrescentou.

O cardeal Cristóbal López Romero expressou proximidade ao povo da Líbia, que foi atingida por inundações extremas e por duas barragens que ruíram, na última segunda-feira.

Foto: Lusa/EPA

“Pedimos a todos que também sejam solidários com os nossos irmãos e irmãs na Líbia. A Igreja é ainda mais pequena do que a nossa, mas farão tudo o que puderem para colaborar na ajuda às pessoas que sofreram com esta enchente”, observou o arcebispo de Rabat, divulga a Cáritas Internacional.

Esta quarta-feira, o Papa Francisco apelou novamente à solidariedade para com as populações da Líbia e Marrocos, na audiência geral pública, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A Cáritas Portuguesa está a acompanhar a situação vivida no país, e a articular com a ‘Caritas Internationalis’; os donativos podem ser enviados para a conta “Ajuda para as vítimas do terremoto” (conta número 2100 8688 70 0200021336, IBAN ES41 2100 8688 7002 0002 1336), da Igreja Católica em Marrocos, e pelo sítio online da Cáritas Internacional.

CB/OC

 

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