Francisco enviou mensagem a 50 jovens que participam no encontro MED 24 Tirana
Cidade do Vaticano, 17 set 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que a fraternidade entre as margens do Mar Mediterrâneo é “a melhor resposta” à indiferença que mata, numa mensagem a 50 jovens de 25 países, que estão reunidos em Tirana, a capital da Albânia, no encontro MED 24.
“A fraternidade entre as cinco margens do Mediterrâneo que vocês estão a construir é a resposta – a resposta! – a melhor resposta que podemos oferecer aos conflitos e às indiferenças que matam. Porque a indiferença mata”, disse o Papa, na mensagem vídeo enviada aos jovens, e à Agência ECCLESIA, pela sala de imprensa da Santa Sé.
Este encontro, promovido pelas Igrejas do Mediterrâneo, reúne 50 jovens, com idades entre os 23 e os 33 anos, de 25 países das cinco margens do Mar Mediterrâneo, em Tirana, na Albânia, desde domingo, dia 15, até este sábado, dia 21 de setembro.
“Vocês, a nova geração, são o futuro da região mediterrânica.”
Francisco incentivou os jovens a aprenderem a “ler os sinais dos tempos” juntos, a diversidade das tradições de cada um “como uma riqueza dada por Deus”, observando que “unidade não é uniformidade”.
“A diversidade das nossas identidades culturais e religiosas é uma dádiva de Deus. Permitam-se crescer na estima mútua, como testemunharam os vossos antepassados”, acrescentou.
O tema ‘Peregrinos da Esperança. Construtores da Paz’ dá o mote ao ‘MED 24 Tirana’, o quarto ‘Encontros do Mediterrâneo’ que já passou por Bari, Florença e Marselha.
“Somos todos peregrinos da esperança, caminhando em busca da verdade e vivendo a nossa fé construindo a Paz. Deus ama todos os homens e não faz distinção entre nós”, assinalou o Papa.
Francisco pediu aos jovens do Mediterrâneo que coloquem “a voz dos que não são ouvidos no centro”, lembrando os mais pobres que “sofrem por serem vistos como um fardo ou um incómodo”, e também a juventude que, “muitas vezes”, tem de deixar o seu país à procura de um futuro melhor.
“Cuidai de cada um. Não se trata de números, mas de pessoas, de rostos, cuja dignidade deve ser promovida e protegida. Renunciemos à cultura do medo para abrir a porta do acolhimento e da amizade”, desenvolveu o Papa, que começou a mensagem a recordar a sua viagem à Albânia, há 10 anos, no dia 21 de setembro de 2014.
O Papa incentivou os jovens a saberem seguir “os passos dos seus mártires” porque a coragem deles é “um testemunho vivo” que pode inspirar o seu empenho em “resistir toda a violência que desfigura a humanidade”, e lembrou a jovem albanesa Maria Tuci, beatificada em novembro de 2016, com mais 37 pessoas – sacerdotes e leigos católicos – que foram torturados e executados durante a ditadura comunista (entre 1945 e 1974) neste país.
Francisco terminou a mensagem a confiar os jovens “a Maria, Mãe do Bom Conselho”, e pediu que aprendam do seu “Coração Imaculado a ser incansáveis peregrinos da esperança e a seguir os sinais de Deus”, para que o Mediterrâneo reencontre “o seu rosto mais belo”, que é o da fraternidade e da paz, e “não seja mais um cemitério”.
“Como um grande lago de Tiberíades confiado aos vossos cuidados, habitais as margens desta grande bacia, que vos une, como um belo jardim para cultivar. Mantenha o espírito de serviço em todas as circunstâncias, cuide de cada criatura confiada às suas mãos.”
Na abertura do ‘MED 24 Tirana’, esta segunda-feira, o bispo local explicou que desejam que os 50 jovens “possam viver a Albânia como um lugar daquele laboratório de paz que surge como uma peculiaridade da experiência inter-religiosa”.
“O Mar Mediterrâneo, o ‘Mare Nostrum’, pela história que a caracteriza, pela diversidade das suas realidades, das suas culturas e até das suas provações, constitui um mosaico ao qual hoje gostaríamos de dar a forma de uma porta. E assim, mais uma vez, esta porta, hoje em dia, passa por Tirana”, desenvolveu D. Arjan Dodaj, o bispo de Tirana que apresentou a capital da Albânia, historicamente, como “um lugar de intersecção e de passagem”. O comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, pela organização do ‘MED 24 Tirana’ salienta que os jovens do Mediterrâneo “enfrentam vários desafios que ameaçam o seu futuro”, como a desestabilização e crises humanitárias geradas por conflitos e guerras na região, instabilidade financeira e laboral e falta de oportunidades de desenvolvimento educativo e profissional. |
CB/PR