Madre Teresa de Calcutá – De Cristo aos Pobres

Teresa de Calcutá Madre Teresa acaba de ser beatificada. 300 mil pessoas testemunharam o acontecimento. Crentes de Alá e de Igrejas Cristãs (não em comunhão total com a Igreja católica) esti-veram presentes, juntamente com os católicos. Estiveram os “pobres”, a menina dos olhos de Teresa de Calcutá, que vieram receber a “Madre Teresa” que lhes foi devolvida, Beatificada. Estiveram também os ricos e governantes a quem Madre Teresa pediu di-nheiro para dignificar a vida de milhares de excluídos das suas sociedades, desde a Índia a Roma, desde a Venezuela aos USA. Ela e Ele A segunda metade do século passado entrosou a história da humanidade com duas figu-ras únicas: Karol Voijtila e Agnes Gonxha Bojaxhiu, João Paulo II e Madre Teresa de Cal-cutá. Dois apaixonados pela vida: pela vida de Deus, pela vida do homem. O Papa e Teresa de Calcutá são um resumo da Lei de Deus: “amar a Deus acima de tudo e o próximo como a si mesmo”. Os dois enamorados pela vida de Deus e a sua imagem no homem. Inédito: João Paulo II acaba por confirmar a santidade de Teresa de Calcutá, beatificando-a cinco anos após a morte, precisamente hoje, 19 de Outubro. Beata Teresa de Calcutá Beata Teresa de Calcutá, mulher pequenina, cuja dimensão – em amor, em gestos, em acções, em palavra – não cabe nas palavras que escrevemos e dizemos, é a “santa” que gostaria de apresentar. Vai ser uma apresentação com que defraudarei o Leitor. Paciên-cia. A beleza da vida de uma pessoa revela-se no modo como vive o amor. Muitos guardamos segredo, mas os “santos” revelam esse segredo de amar mesmo sem quererem. Um (a) jovem não descansa enquanto não encontra a quem se entregar. Teresa de Calcutá, chamemo-lhe ainda Inês, começa esta viagem à procura do “amado” pelos 12 anos na Albânia, aos 18 está na Irlanda, antes dos 20 em Darjeeling, na Índia. Uma viagem geo-gráfica, mas muito mais interior. Em 1931, professando como religiosa nas Irmãs do Lore-to, torna verdade o sonho que alimentava desde a adolescência – consagrar-se a Deus totalmente. Ali toma o nome de Teresa, em homenagem a Santa Teresinha de Jesus. Todos sabemos que Deus só se encontra verdadeiramente se encontramos os homens, a quem chamamos o próximo. A Irmã Teresa, que de tenra idade era sensível às necessi-dades do próximo, levaria ainda 15 anos a entregar-se-lhe. Antes seria professora, direc-tora do colégio de Santa Maria em Calcutá e conheceria a afeição de muitas alunas a quem se dedicava com toda a generosidade. A maior viagem A Irmã Teresa viaja para fazer retiro de Calcutá a Darjeeling, essa cidade onde fez o No-viciado e se fez religiosa. Vai de combóio. Essa foi a maior viagem para dentro de si mesma e para dentro dos problemas da humanidade, contemplados nos pobres. Eis o relato da Madre Teresa de Calcutá. “Em 1946, ia de Calcutá a Darjeeling, de trem, para fazer o meu retiro. Nunca é fácil dor-mir nos trens, mas tentar fazê-lo num trem da Índia é impossível: tudo range, há um pene-trante odor de sujidade pelo amontoamento de homens e animais, todo um detrito de hu-manidade, cestos, galinhas cacarejando… Naquele trem, aos meus trinta e seis anos, percebi no meu interior uma chamada para que renunciasse a tudo e seguisse Cristo no subúrbios, a fim de servi-lo entre os mais pobres dos pobres. Compreendi que Deus dese-java isso de mim…” Durante o retiro, a Irmã Teresa, na viagem para dentro de si, conven-ceu-se que a vontade de Deus para si é que se encontre com os pobres nas ruas de Cal-cutá, “nos pobres de Calcutá que todas noites morrem pelas ruas e que na manhã seguin-te, são lançados para o carro da limpeza como se fossem lixo.” Que fazer pelos pobres? Entre os Pobres Demoraram ainda dois anos para que a Irmã Teresa tivesse licença do seu Bispo e das suas Superioras para partilhar a vida dos pobres das ruas de Calcutá: ”para viver só, fora do claustro tendo Deus como único protector e guia, no meio dos mais pobres de Calcu-tá”. Estamos em 1948. Madre Teresa começa a sua tarefa “entre os mais pobres dos po-bres”. Serão cinquenta anos. Primeiros as crianças, depois os moribundos, e sempre, sempre os pobres… Correu as ruas de Calcutá, também da Venezuela, de Roma, de Nova Iorque, de Londres… Ela quis dizer aos pobres que havia quem os amasse, que Cristo os amava e que ela os amava como se fossem Cristo. Este foi o segredo de Teresa de Calcutá. A presença de Deus e dos Grandes Madre Teresa deixa à Igreja diversas famílias religiosas todas voltadas para os mais po-bres. Em 1950 as Irmãs da Caridade estavam aprovadas pelo seu Bispo e pelo Papa em 1965 (mais de 4.000 em 80 países e numas 700 casas). Em 1960, Teresa de Calcutá fez surgir os “Irmãos Colaboradores da Caridade” (hoje mais de 50.000). As Missionárias Contemplativas nascem em Nova Iorque em 1976. Os “Irmãos Contemplativos” aparecem em 1979. Em 1984 começam os “Sacerdotes da Caridade”. Em nome dos pobres aceitou prémios e condecorações ( Nobel da Paz, prémio João XXIII da Paz, medalha presidencial da Liberdade – USA, títulos “Honoris Causa” de diversas universidades…etc. etc.). Mas o título mais bonito e que melhor se lhe ajusta é o de “Mãe dos Pobres”, dado pelos pobres. Veríssimo Teles —— “De sangue sou albanesa. De cidadania sou Indiana. Quanto à Fé, sou religiosa católica. Por vocação, pertenço ao Mundo. Pelos afectos do coração, pertenço totalmente ao Coração de Jesus”. “O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o amor, o fruto do amor é o trabalho”. “A pior calamidade para a humanidade não é a guerra ou terramoto. É viver sem Deus.” Beata Teresa de Calcutá “A minha casa é a casa dos pobres”. “O medo é sempre uma grande pobreza”. “O aborto é pior que a fome, pior que a guerra” . “Quem não quiser as crianças que vão nascer, que mas dê a mim.” Beata Teresa de Calcutá

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top