Madre Clara: Beatificação quer ser momento de festa

Cerimónia no Estádio do Restelo conta com a presença de D. José Policarpo e do cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos

Lisboa, 19 Fev (Ecclesia) – A procuradora das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC) em Roma, irmã Maria Eneide Leite, espera que a beatificação da irmã Maria Clara do Menino Jesus seja uma festa para a Igreja, em Portugal e no mundo.

“É um momento de graça, um momento de alegria, um dom que a congregação recebe, mas não só a congregação, é a Igreja”, disse a religiosa brasileira, à Agência ECCLESIA.

A celebração vai ter lugar a 21 de Maio, no Estádio do Restelo, Lisboa, contando com a presença de D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, que deve presidir à Missa, e do cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, que faz a proclamação oficial da nova beata.

Nessa cerimónia é ainda anunciada a data em que se celebra anualmente a festa litúrgica de Maria Clara do Menino Jesus, que, segundo a irmã Maria Eneide Leite, será o dia 1 de Dezembro, data da morte da religiosa portuguesa.

De passagem por Portugal, a antiga superiora geral da CONFHIC, responsável pelo início do processo de canonização da «Mãe Clara» (1843-1899), como é popularmente conhecida, diz ter acompanhado “passo a passo” a chamada fase romana, que decorreu na Congregação para as Causas dos Santos (CCS), no Vaticano.

Mais de uma dezena de volumes foram ali entregues, permitindo o final feliz de um processo “histórico” que exigiu muito esforço de investigação, mesmo antes do seu início, na diocese de Lisboa.

Neste processo, acrescenta Maria Eneide Leite, as religiosas contaram com a presença “amiga” do cardeal português José Saraiva Martins, hoje prefeito emérito da CCS.

«Maria Clara, um rosto de ternura e da misericórdia de Deus» é o slogan escolhido para a celebração, que vai ser preparada com iniciativas de divulgação e formação sobre a futura beata.

O ritual da beatificação inclui a leitura da Carta Apostólica e a chamada procissão das relíquias.

O processo conheceu o seu ponto culminante quando, no dia 10 de Dezembro de 2010, Bento XVI assinou o Decreto de aprovação do milagre atribuído à intercessão da Irmã Maria Clara, relativo à cura de uma católica espanhola, Georgina Troncoso Monteagudo, afectada por um grave problema de pele.

Libânia do Carmo Galvão Meixa de Moura Telles e Albuquerque nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de Junho de 1843.

Recebeu o hábito de capuchinha, em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

A futura beata foi enviada a Calais, França, a 10 de Fevereiro de 1870, para fazer o noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação.

Abriu a primeira comunidade da CONFHIC em S. Patrício – Lisboa, no dia 3 de Maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de Março de 1876, a Congregação é aprovada pela Santa Sé.

A «Mãe Clara» morreu em Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1899 e o processo de canonização viria a iniciar-se em 1995.

A beatificação, que antecede a canonização (declaração de santidade), é o rito através do qual a Igreja Católica propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o seu culto público, normalmente em âmbito restrito (diocese ou família religiosa).

LFS/OC

 

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Agência ECCLESIA

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