LUSOFONIAS – ‘Governar’ uma Congregação Missionária

Tony Neves, em Lisboa

Foto Espiritanos

Nas Ordens e Congregações Religiosas quem manda são os Capítulos. Acontecem de 6 em 6, de 8 em 8 anos, dependendo das Regras de Vida e Constituições. Um Capítulo avalia a missão dos últimos tempos e toma decisões sobre a missão num futuro próximo. E elege as lideranças, sejam eles Abades /Abadessas, Ministros ou Superiores Gerais ou Provinciais.

No Caso dos Missionários Espiritanos em Portugal, acaba de realizar-se no Centro Espírito Santo e Missão, no Seminário da Silva, em Barcelos, o Conselho Provincial Alargado (CPA), evento que acontece entre dois Capítulos. ‘Vejam, vou fazer algo de novo’ (Is 43,19) foi o lema que reuniu os Delegados dos Espiritanos em representação dos que trabalham em Portugal ou exercem Missão fora do nosso país.

O objectivo era avaliar os primeiros três anos de aplicação do Projecto Missionário Global, aprovado no Capítulo Provincial de 2018.

Estes dias foram tempos fortes de oração, reflexão, partilha, debate e fraternidade. Tudo começou com os testemunhos dos Espiritanos que apresentaram a Missão lá fora. Depois viveu-se um Retiro Espiritual ao jeito dos Exercícios Inacianos, orientado pela Irmã Marina Santos, das Escravas do Sagrado Coração de Jesus.

A Abertura oficial dos trabalhos deste CPA aconteceria na tarde do domingo 18, com a chamada dos Delegados e a aprovação dos funcionários, método, regulamento e calendário.

A última semana foi marcada pela alternância entre as Assembleias Plenárias, as Apresentações por Sectores de Missão e os trabalhos de grupos temáticos. Contaram com a iluminação de peritos: o P. Bruno Norte, Jesuíta, falou dos desafios que se lançam hoje à Pastoral Vocacional e o P. Fernando Domingues, Provincial dos Combonianos, abordou o tema do lugar das Congregações Religiosas Missionárias em Portugal.

Foram aprovados textos sobre ‘Identidade, Espiritualidade, Comunidade’, ‘Pastoral Juvenil’, ‘Animação Missionária’, ‘Administração e Finanças’, ‘Missão Ad Gentes’, ‘Formação’, ‘Paróquias’ e ‘Justiça e Paz’. Todos os textos foram aprovados por unanimidade.

Os Participantes tiveram sempre presente nas orações e partilhas o Capítulo Geral da Congregação que se vai realizar em Outubro em Bagamoyo, na Tanzânia.

Um dos momentos mais altos foi a celebração das Bodas de Prata de Ordenação do P. Pedro Fernandes.

Houve um tempo especial de partilha sobre o compromisso dos Espiritanos na preparação e realização das Jornadas Mundiais da Juventude, reprogramadas para o verão de 2023.

O P. Pedro Fernandes foi eleito Superior Provincial, cargo para o qual foi reconduzido pelo Superior Geral. O CPA elegeu ainda os Conselheiros Provinciais.

Num tempo em que a Vida Consagrada é pouco conhecida na sua missão, pode ser interessante acompanhar eventos como este para perceber como se organiza, programa, avalia, relança o futuro próximo. Tudo em nome de uma consagração que impele à missão, em fidelidade a um carisma fundador e a uma história que carimba valores, opções de vida e focagens missionárias muito específicas. A fraternidade que se vive (ou tenta viver) é uma imagem de marca dos Institutos de Vida Consagrada, mas não pode ser letra morta. Daí a importância dos Capítulos para verificar a fidelidade das pessoas consagradas, a actualidade da missão e rasgar novos caminhos de futuro para que a Igreja responda às questões que o mundo lhe vai colocando, sendo criativa e com decisões que traduzam fé, fraternidade, opção pelos mais pobres e disponibilidade para partir em direcção às periferias e margens, como tanto tem pedido o Papa Francisco.

Estes Espiritanos reunidos em Conselho Provincial Alargado, na hora de (re)partir em Missão, prometeram assumir a responsabilidade acrescida de completar a aplicação do  Projecto Missionário Global, olhando já para a linha do horizonte onde consta o Capítulo Provincial de 2024.

 

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Agência ECCLESIA

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