Lusofonia: Vice-presidente da CEP sublinha dimensão comunitária da construção da paz

D. Virgílio Antunes participa em encontro de bispos que decorre em Nampula, Moçambique

Catedral de Nampula (pormenor)

Nampula, Moçambique, 03 fev 2023 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse em Moçambique que a visão cristã da paz “nunca” se reduz a uma perspetiva individualista, mas tem uma “dimensão comunitária e social”.

Falando no XV Encontro de Bispos Lusófonos, que decorre até domingo, em Nampula, D. Virgílio Antunes sublinhou a dimensão da fé “não pode ser um espiritualismo desencarnado”, porque tem “sempre consequências na ação e na vida”.

O Papa Francisco, na senda dos seus antecessores, tem “dado continuidade à Doutrina Social da Igreja e tem feito algumas propostas muito diretas e muito concretas e a encíclica ‘Fratelli Tutti’ (Todos Irmãos) é um exemplo disso”, frisou, no encontro, com o tema ‘A Igreja e a construção da Paz’.

O bispo de Coimbra realçou que “tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento têm muitíssimas referências ao tema da paz”.

“Promover uma cultura de paz está ao alcance das pessoas, tal como a promoção da cultura do diálogo”, acentuou.

Para o vice-presidente da CEP, o documento ‘Laudato Si’ é “um grito de alerta” que ajuda “a compreender o mundo e a terra com outros olhos”.

Já o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), D. José Manuel Imbamba, realçou que a Igreja, “em todos os tempos e em todos os lugares” busca “sempre a paz nas suas expressões concretas”.

Angola viveu na “base da violência” com “várias guerras” e a “ideologia marxista-leninista que se implantou no país”, recordou.

“Os bispos levantaram-se desde a primeira hora para dizer não à ideologia marxista-leninista”, acentuou.

Perante os conflitos, “a Igreja posicionou-se e deu a cara” pela paz naquele país africano, disse D. José Manuel Imbamba.

“A Igreja diz não à guerra e sim ao diálogo”, completou o presidente CEAST.

Os encontros de Bispos dos Países Lusófonos são organizados a cada dois anos pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, desde maio de 1996, e têm como objetivo fortalecer a comunhão eclesial e promover a cooperação em prol das comunidades lusófonas.

Este ano estão representantes de Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, para refletir sobre “os desafios de cada Igreja local e o seu papel na promoção da paz”.

LFS/OC

 

Moçambique: Líderes da Igreja Católica dos países lusófonos vão refletir sobre a promoção da paz

 

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