Lusofonia: Diocese de São Tomé e Príncipe assinou protocolo com Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização

Acordo com organismo português visa o desenvolvimento daquele país através da promoção da cultura católica  

Lisboa, 02 mai 2018 (Ecclesia) – A Diocese de São Tomé e Príncipe assinou hoje em Lisboa um protocolo com o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização (IEAC-GO) tendo em vista o desenvolvimento social e cultural do país.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de São Tomé e Príncipe realçou a mais-valia que este acordo poderá representar ao nível da educação e da formação das suas comunidades e, em especial, das novas gerações.

“A educação para mim é um aspeto fundamental para um povo, para o seu progresso, ajuda a abrir perspetivas, horizontes, a criar novos sonhos, ambições, novos caminhos para o desenvolvimento, quer humano quer social das pessoas. E este protoloco pode ser um momento muito rico para a história dos nossos povos”, salientou D. Manuel António dos Santos.

O bispo são-tomense veio a Portugal depois de ter participado no 13.º Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, que juntou em Cabo Verde representantes das várias nações de língua oficial portuguesa, incluindo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente.

Um encontro onde foram debatidos vários desafios que são atualmente colocados à Igreja Católica presente nesses países, desde a defesa da vida ao combate à pobreza e à corrupção, passando pela proteção do tecido social e familiar.

Para o responsável pela Diocese de São Tomé e Príncipe, o protoloco assinado hoje com o IEAC-GO enquadra-se muito no “sentido de fraternidade” que existe entre os vários países lusófonos e neste caso com Portugal.

“Acaba por vir nessa linha, da afirmação da comunhão que deve existir entre todos nós, mas particularmente entre estes países que têm uma língua comum, uma história comum, e que têm de certo modo uma história de fé também partilhada ao longo já de várias centenas de anos”.

Recorde-se que D. Manuel António dos Santos é natural de São Joaninho, do Concelho de Castro Daire, na Diocese de Lamego, e está ao serviço da comunidade católica são-tomense desde 2007.

Neste momento a Diocese de São Tomé e Príncipe prepara-se para assinalar 500 anos de existência, e o bispo acredita que em termos de “investigação histórica”, o protocolo hoje assinado também irá assumir uma particular importância.

A assinatura do protocolo entre a Diocese de São Tomé e Príncipe e o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização decorreu na sede da Conferência Episcopal Portuguesa, na Quinta do Bom Pastor, em Benfica.

Formalmente constituído em dezembro de 2017, o IEAC-GO é uma associação privada, sem fins lucrativos, que visa contribuir para a valorização humana e para o diálogo entre os povos, através da promoção da cultura católica e da herança cristã global.

A presidente daquele organismo, Eugénia Magalhães, salientou a importância deste acordo também para a “internacionalização” de um projeto que é recente, mas que quer ter um âmbito de ação e colaboração cada vez maior.

“São Tomé e Príncipe é uma diocese jovem, que tem imensas necessidades a vários níveis e o IEAC-GO poderá cooperar com esta diocese oferecendo aquilo que tem de melhor que são os seus recursos humanos, uma vez que temos uma série de associados que vêm de várias áreas diferentes de conhecimento”, salientou.

Desde que foi constituído, o IEAC-GO já promoveu várias iniciativas, como o estabelecimento de um outro protocolo com a Associação Portuguesa de Escolas Católicas, e a promoção de uma jornada de reflexão sobre “Novos desafios do acesso à informação e proteção de dados. A importância dos arquivos da igreja”.

Em preparação estão já outros projetos, tendo em mente o “alargamento” da ligação a outros países e dioceses lusófonos.

Para o professor e investigador José Eduardo Franco, um dos sócios fundadores do IEAC-GO, esta “cooperação” é fundamental ao nível da “qualificação dos quadros, dos agentes pastorais” presentes nestes territórios.

“As forças vivas dessas Igrejas estão ávidas também de formação, de qualificação, para poderem desempenhar da melhor maneira o seu papel”, assinalou.

JCP

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Agência ECCLESIA

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