Lourdes está pronta para receber o Papa

A cidade e o Santuário de Lourdes estão prontos para receber como peregrino o Papa João Paulo II, que nos próximos dias 14 e 15 de Agosto celebrará nessa localidade francesa o 150º aniversário da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria. Vinte anos após a sua primeira visita à gruta de Massabielle, esta oitava visita do Papa à França será o ponto culminante da 131ª peregrinação nacional a Lourdes, que decorre nesse país de 11 a 16 de Agosto. D. Renato Boccardo, organizador das viagens pontifícias, explica que esta visita apostólica “tem o carácter de uma peregrinação: o Papa quer venerar a Virgem Maria e realizar os gestos próprios de um peregrino, colocando em prática a mensagem de Nossa Senhora de Lourdes – penitência, conversão e oração”. Antes de deixar o Santuário, João Paulo II terá um tempo de oração privada na gruta. “Ficará o tempo que quiser, é o nosso presente para o Papa”, sublinha o Bispo de Tarbes e Lourdes, D. Jacques Perrier. A visita do Papa João ao Santuário de Lourdes possui quatro etapas distintas e articuladas entre si (www.lourdes 2004.com). A primeira refere-se ao momento do acolhimento, às 12h30 de sábado, subordinada ao tema “Um povo que deixa extravasar a sua alegria”. Depois de ter passado diante do antigo presbitério da igreja paroquial de Lourdes, o Papa é saudado pelo clero e, diante da Gruta, acolhem-no os peregrinos reunidos em assembleia. Tal como os seus predecessores, João Paulo II oferece uma rosa de ouro ao santuário de Nossa Senhora de Lourdes. O padre Raymond Zambelli, reitor do santuário, retribui a oferenda com água da fonte de Massabielle. O Papa fica na Gruta por uns momentos para rezar diante da rocha onde Maria apareceu a Bernadette Soubirous, 18 vezes, entre os dias 16 de Fevereiro e 11 de Julho de 1858. Passado este momento de silêncio, recita a oração do Angelus antes de se dirigir ao local onde fica instalado, a Hospedaria de Notre-Dame. A segunda etapa a destacar da peregrinação é, às 17h30, o momento de oração e de meditação dos Mistérios Luminosos do Rosário; um momento subordinado ao tema: “Um povo de crentes que caminha com Maria”. A assembleia é convidada a permanecer silenciosa e a rezar com o Papa. A recitação do Rosário desenvolve-se sob a forma de procissão com cinco etapas correspondentes aos cinco Mistérios Luminosos. João Paulo II participa deslocando-se na sua viatura, o papa-móvel, acompanhado por pessoas que representam diversas categorias de peregrinos: 1.º Mistério, “O baptismo e Jesus”: à frente das piscinas alimentadas pela água da fonte de Massabielle, João Paulo II é acolhido por hospitaleiros e doentes. 2.º Mistério, “As bodas de Canaã”: diante da tenda da Adoração, o Papa é acolhido por jovens e religiosos. 3.º Mistério, “O anúncio do Reino”: diante da igreja de Santa Bernadette, o Sumo Pontífice é acolhido por doentes e deficientes. 4.º Mistério, “A transfiguração do Senhor”: diante da capela da Reconciliação, aguardam-no sacerdotes. 5.º Mistério, “A instituição da Eucaristia”: no pátio da basílica, o Papa é acolhido por acólitos e sacerdotes. As duas etapas seguintes têm lugar no dia 15 de Agosto. Nesse dia, a Eucaristia, celebrada às 10h00, tem como temática “Um povo que celebra o Cristo: pão partido por um mundo novo”. Para facilitar a participação, será instalado um sistema de som e sete ecrãs gigantes. A quarta e última etapa desta visita ao santuário refere-se ao habitual momento de oração silenciosa, às 17h30, na Gruta. “Um povo de irmãos, unidos através da oração silenciosa mas comum” marca o fim da peregrinação de João Paulo II. Os peregrinos são convidados a associar-se à oração do Papa, em silêncio. 300 mil peregrinos Com o Papa As autoridades francesas esperam a presença de cerca de 300 mil peregrinos no Santuário de Lourdes, nos dias 14 e 15 de Agosto. Destes, 7 mil participam na peregrinação nacional. Cerca de 2700 polícias suplementares foram mobilizados e estacionados num raio de 50 quilómetros em torno do santuário. A partir da próxima sexta-feira, as forças da ordem encarregam-se de canalizar os peregrinos para o santuário a partir das cidades próximas de Pau e de Tarbes, onde todos deverão deixar os carros. A polícia já fez saber que revistas pessoais e de bagagens, aleatórias, serão feitas durante estes três dias. As entidades públicas disponibilizaram os meios necessários com vista a facilitar o acesso ao Santuário (comboios, autocarros, parques de estacionamento em Tarbes e em Pau, entre outros aspectos) e garantir a segurança pública. Prevê-se igualmente que ocorram ao local cerca de dois mil doentes e deficientes. Cerca de 900 jornalistas pediram acreditações para realizar a cobertura da peregrinação e, na eucaristia, concelebram 1200 sacerdotes, 96 bispos (dos quais 8 eméritos) e 15 cardeais. O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, é um dos convidados.

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