Festas da «Mãe Soberana» sofrem limitações da pandemia
Loulé, 29 mar 2021 (Ecclesia) – A Paróquia de Loulé, na Diocese do Algarve, vai viver este ano as festas de Senhora da Piedade, a Mãe Soberana, com “restrições” impostas pela pandemia, limitando as celebrações ao interior do santuário e recorrendo ao online.
“No dia de Páscoa, a Senhora sai da ermida, da sua casa, não desce à cidade, mas irá para o santuário maior onde permanece durante 15 dias. Haverá sempre celebração à noite do terço e da Eucaristia, com participação até 100 pessoas”, explicou o padre Carlos Aquino, pároco de Loulé, em declarações à Agência ECCLESIA.
As celebrações dedicadas a Nossa Senhora da Piedade começam no domingo de Páscoa, a 4 de abril, e decorrem ao longo de quinze dias, até à ‘Festa Grande’.
O pároco de Loulé adianta que as celebrações vão ser transmitidas online pelas páginas da paróquia e pela Diocese do Algarve, através do jornal ‘Folha de Domingo’, bem como pela Câmara Municipal, para chegar ao “maior número possível de pessoas”.
“Consideramos que era importante termos uma expressão da celebração da festa, embora com algumas restrições, porque move muito povo. Temos de cuidar da saúde pública”, acrescenta o sacerdote.
O padre Carlos Aquino adiante que, de 5 a 16 de abril, de 30 em 30 minutos, entre as 10h00 e as 17h00, um autocarro vai levar os peregrinos e os fiéis da igreja de São Francisco para o santuário onde “poderão fazer as suas promessas e orações”.
O jornal ‘Folha de Domingo’ informa que vai ser transmitida online a recitação do terço e a Eucaristia com catequese pascal, pelas 21h00, de 5 a 16 de abril.
As festas incluem no seu programa um concerto da Grafonola Voadora e Napoleão Mira, que reúne o cantautor Luís Galrito, o artista visual, João Espada e o escritor, poeta e declamador, Napoleão Mira, pelas 21h30, do dia 11.
O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, vai presidir à parte principal da festa em honra da Senhora da Piedade, “à pregação e a orientação espiritual”, no sábado, dia 17, envolvendo as famílias e os jovens, às 21h00; no domingo seguinte, às 16h00, preside à Eucaristia, onde também vai estar o bispo diocesano, D. Manuel Quintas, com representantes do clero.
O pároco de Loulé adianta que vai ser pedido à população de Loulé que, “num gesto expressivo”, em todos os domingos da Páscoa até à festa grande coloquem “colchas às janelas, para ser uma marca cristã” da celebração.
“Este ano fazemos deste modo, mais simples e humilde, e para o ano faremos de modo mais jubiloso o contexto desta festa e da presença da mãe”, acrescentou.
No domingo de Páscoa, a festa começa com os ‘Homens do Andor’ a transportar a imagem de Nossa Senhora da Piedade da sua ermida para a igreja ao lado, às 17h00, onde se celebra a Missa.
Tiago Ferreira é um destes ‘Homens do andor’ e refere que a Mãe Soberana “é um pilar de suporte” onde se apoia “bastante” para todos os momentos da vida, “os bons e os maus”.
“É um conforto, é um apoio, um ombro, em que está sempre ao nosso lado; Uma força que vamos buscar, um susto familiar, um susto qualquer de amigos mais próximos, colegas, que possam ter neles ou na família, a primeira coisa que faço é falar com a Mãe Soberana”, disse à Agência ECCLESIA.
Para Tiago Ferreira, não celebrar a festa de Nossa Senhora da Piedade, como é tradição, pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia Covid-19, “é triste” e “um momento mais vazio”, porque “a festa é um momento de muita alegria mas ao mesmo tempo de interiorização e espiritualidade”.
A Festa Grande de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como Mãe Soberana, é considerada como a maior manifestação de fé a sul do Tejo e, simultaneamente, a mais significativa expressão de devoção mariana algarvia; as festividades remontam a 1553, data da edificação da capela que lhe é dedicada.
CB/OC