Livro-entrevista ajudou a mudar imagem de Bento XVI

Jornalista Peter Seewald está em Portugal para apresentar a obra «Luz do Mundo»

O livro-entrevista «Luz do Mundo» ajudou a mudar a imagem de Bento XVI, considera o seu autor, o jornalista alemão Peter Seewald, para quem o Papa “diz o que pensa e “faz o que diz”.

De passagem por Portugal, para apresentar a obra «Luz do Mundo», lançada mundialmente a 23 de Novembro, Seewald revelou que esta conversa com o actual Papa foi uma “uma oportunidade fabulosa” para mostrar um Joseph Ratzinger que “continua a ser apresentado de forma errada”.

A obra chegou às livrarias portuguesas a 30 de Novembro e foi hoje apresentado, em Lisboa.

Para Seewald, foi importante ouvir o Papa “no seu tom natural”, “sem cortes”, confessando ter sido um “um prazer enorme” ter tido a oportunidade de “estar em frente a uma pessoa que tem a capacidade de explicar coisas complicadas de forma simples e torna muito fácil conversar com ela”.

O Papa, acrescentou, é uma “pessoa extremamente humilde, sem arrogância” e este livro é um”acontecimento”, que permite ver o pontificado na sua essência.

O livro chegou já ao meio milhão de vendas em todo o mundo, algo que Peter Seewald considera um sinal da grande disponibilidade para ouvir Bento XVI neste formato e comprova a “grande discrepância” entre alguma opinião pública e a “simpatia real” pelo Papa.

Numa sessão que contou com a presença do cardeal José Policarpo, Patriarca de Lisboa, a apresentação do livro esteve a cargo de Henrique Monteiro, director do «Expresso».

O jornalista português falou da difícil relação entre alguma “elite bem pensante e o actual Papa” e destacou o valor do novo livro, uma entrevista “pertinente” e “educada”, destinada a “ajudar a compreende e explanar o pensamento do entrevistado”.

Henrique Monteiro fez a leitura jornalística, política, filosófica e teológica de um livro que passa em revista muitos dos temas essenciais para a Igreja e a sociedade nos nossos dias.

Bento XVI, disse, quer contrariar uma “vaga de fundo” na sociedade, lutando contra relativismo e o que classifica como “uma nova intolerância”, com regras ensaiadas de pensamento que são impostas a todos.

Para o director do «Expresso», “este é um livro muito importante para a sociedade” e não apenas para os crentes.

“Quem o ler com o coração aberto, encontra muitos caminhos que pode percorrer e muitas pontes que pode estabelecer”, disse.

Peter Seewald, que já tinha publicado duas obras similares com o então cardeal Joseph Ratzinger, disse depois que neste primeiro trabalho depois da eleição papal se abriu “um novo capítulo”.

Esse capítulo sublinha o “desejo de comunicação” de Bento XVI, eleito em Abril de 2005, “sobretudo num tempo em que é cada vez mais difícil transmitir os conteúdos da Igreja”.

Para o alemão, Joseph Ratzinger é um “servidor da Igreja” que se gasta neste serviço, marcando pela sua “capacidade de tocar o coração dos homens”.

A entrevista, acrescenta, mostra uma pessoa “com quem se pode rir”, com sentido de humor e sem medo de perguntas “difíceis e críticas”

“É uma pessoa que procura o diálogo”, acrescentou Peter Seewald.

O livro «Luz do mundo» resulta de uma conversa entre Bento XVI e Seewald na residência pontifícia de Castel Gandolfo, perto de Roma, entre os dias 26 e 31 de Julho deste ano.

Henrique Mota, editor da Lucerna, marca da Principia, responsável pela versão portuguesa, adiantou que a tradução vai ser “melhorada” nas novas edições.

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