Cardeal-patriarca apresentou o livro «A Liturgia segundo o Papa Francisco», que tem como «fio condutor o encontro»
Lisboa, 28 nov 2018 (Ecclesia) – O cardeal patriarca de Lisboa partilhou a pergunta “o que seria de deixasse de haver Missa dominical?”, que costuma fazer quando o questionam sobre a ação da Igreja, na apresentação do livro ‘A liturgia segundo o Papa Francisco’.
“Se deixassem de existir seriamos muito menos sociedade”, disse D. Manuel Clemente, esta terça-feira, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa.
O cardeal patriarca de Lisboa explica que quando lhe perguntam “o que é que a Igreja faz em Portugal” pode-se sempre responder com “referências quantitativas” mas revela que gosta “de sublinhar respondendo ‘já pensaram o que seria de deixasse de haver Missa dominical?’”.
“Apesar da prática não passar os 20% desaparecia a única oportunidade de independentemente da idade, raça, condição social, ter saúde ou estar doente, de nos encontrarmos”, alertou.
A reflexão do também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa foi partilhada no lançamento do livro ‘A liturgia segundo o Papa Francisco – Guia de estudo e reflexão’ que apresenta a “liturgia como lugar de encontro”.
“Num mundo tão desencontrado como é o nosso e tão fragmentado, a liturgia cristã deve-se apresentar e oferecer precisamente como oportunidade de encontro e reencontro”, acrescentou a partir da leitura de dois parágrafos da nova obra (páginas 16 e 22).
D. Manuel Clemente realçou que a liturgia “é o culto público da Igreja” que se distingue da “oração particular” de cada pessoa que “não é a liturgia”.
“A liturgia é o culto público da Igreja e, por isso, tem como sujeito a própria Igreja como povo de Deus”, explicou na sede do Instituto Diocesano da Formação Cristã de Lisboa.
Neste contexto, salientou que a liturgia tem dois sujeitos, “o sujeito principal que é o próprio Deus – Pai, Filho e Espírito Santo”, a forma como começam “sempre as celebrações” e, depois, “o sujeito” que são as pessoas “como povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo”.
O autor, o padre Ricardo Figueiredo, espera que a publicação seja um “contributo” para que cada um possa “fazer cada vez mais o encontro”.
O sacerdote disse que o objetivo é apresentar as palavras do Papa e “ajudar a aprofundar o sentido mais profundo e vivo da liturgia”.
Segundo o padre Ricardo Figueiredo muitas pessoas questionaram-se como é que o Papa “tinha dito tanto sobre liturgia” para escrever um livro, quando “conheceram o título” ‘A liturgia segundo o Papa Francisco’, e explicou que fez, em muitas coisas, “um trabalho quase cirúrgico ao isolar algumas referências” e a pesquisar em vários textos, em homilias, catequeses, discursos.
A nova publicação que pretende ajudar os cristãos do Patriarcado de Lisboa num ano pastoral dedicado à liturgia tem a chancela da Paulus Editora e o padre paulista José Carlos Nunes realçou que a obra, como em edições anteriores, vai sair as fronteiras da diocese.
No final da sessão, Paula Paiva, do Instituto Diocesano da Formação Cristã de Lisboa, anunciou que vão iniciar o curso online ‘Missa Explicada’ na próxima segunda-feira.
CB/PR
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